Esta terça-feira, a Administração Trump vai expandir consideravelmente o seu poder de deportar imigrantes indocumentados que entraram ilegalmente nos Estados Unidos nos últimos dois anos, através de um processo de deportação acelerado que contorna os juízes de imigração.
De acordo com o The Washington Post, as alterações que serão implementadas a partir desta terça-feira farão uso de um processo de deportação acelerado que contorna os juízos de imigração.
Para as autoridades norte-americanas, esta estratégia é “uma resposta necessária” ao fluxo de migrantes centro-americanos e outros na fronteira do sul.
A estratégia, a ser implementada no imediato, permitirá que os agentes retirem de qualquer lugar imigrantes que se encontrem nos Estados Unidos, tendo como alvo as pessoas que estão no país há menos de dois anos e não têm um processo de asilo em curso nem uma data para comparecerem em tribunal.
Ao abrigo desta nova lei, imigrantes detidos no Iowa, Nebraska ou noutros estados do interior terão de provar que residiram no país de forma contínua nos dois últimos anos ou poderão acabar numa prisão e ser sujeitos a um processo de deportação rápida.
Além disso, adianta o semanário Expresso, será um oficial de imigração de uma patente relativamente baixa a decidir, e não funcionários judiciais.
Donald Trump prometeu deportar milhões de imigrantes e ameaçou fazer raids em dez grandes cidades dos Estados Unidos. De acordo com dados oficiais, quase 300 mil dos cerca de 11 milhões de imigrantes não autorizados nos EUA podem ser abrangidos pela nova medida. O típico imigrante sem documentos vive no país há 15 anos, segundo o Pew Research Center.
Esta medida dá aos agentes o poder de emitirem ordens de deportação sem levarem os imigrantes a responder perante o juiz ou permitirem que falem com um advogado, defendem advogados de imigração.
“Ao abrigo deste plano ilegal, os imigrantes que vivem aqui há anos serão deportados com menos procedimentos do que as pessoas que respondem em tribunal por situações de trânsito”, disse o diretor do projeto de direitos dos imigrantes da União Americana pelas Liberdades Civis, Omar Jadwat, citado pelo Post.
“Vamos avançar com uma ação judicial para acabar rapidamente com esta política”, acrescentou.