Aditivos plásticos são mais comuns do que achamos: podem ter afetado milhões de pessoas

Há um trio de substâncias químicas que está bem presente em artigos domésticos, que usamos no dia a dia. Pode afetar a saúde mais do que nos apercebemos.

Uma equipa internacional de investigadores reuniu os resultados de mais de 1.700 estudos existentes em 38 países diferentes que investigaram as ligações entre a exposição das pessoas aos produtos químicos e determinados impactos na saúde, explica a Science Alert.

Os investigadores, que publicaram o estudo na PNAS a 16 de dezembro, argumentam que os resultados são suficientemente preocupantes para justificar uma ação global.

O trio constituído por BPA (bisfenol A), DEHP (ftalato de di(2-etil-hexilo)) e PBDEs (éteres difenílicos polibromados) — foi já associado a problemas de saúde graves.

O novo estudo revelou que 5,4 milhões de casos de doença cardíaca isquémica e 346 000 casos de AVC em 2015 podem estar associados à exposição ao BPA. Isto sugere que a exposição ao BPA pode estar associada a 431 000 mortes.

Os PBDEs também tê efeitos preocupantes, nomeadamente no que toca ao QI — exposição materna a esta substância pode mesmo reduzir a inteligência.

Uma estimativa do impacto económico total sugere que a perda de saúde resultante poderia ter custado às nações o equivalente a 1 bilião de dólares (quase 1 bilião de euros) em poder de compra.

“A nossa razão para quantificar estes efeitos na saúde foi centrarmo-nos nos danos associados a três dos químicos mais bem estudados nos plásticos e estimar as exposições no maior número possível de países”, diz Maureen Cropper, economista da Universidade de Maryland.

Mas o estatístico Kevin McConway pede cautela na interpretação destes dados: “Não estou a tentar dizer que estes plásticos não podem representar riscos importantes para a saúde, mas apenas que esta investigação não pode estabelecer claramente até que ponto causam mais problemas de saúde e taxas de mortalidade mais elevadas”, diz.

Mas a equipa discorda. “A proteção da saúde humana contra os perigos dos produtos químicos presentes nos plásticos exigirá uma mudança de paradigma na legislação nacional sobre produtos químicos em vários países, incluindo os Estados Unidos, o Canadá e a UE”, escrevem os investigadores.

“Será necessária uma abordagem mais preventiva que dê prioridade à proteção da saúde humana e deixe de presumir que os produtos químicos são seguros”, concluem.

ZAP //

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