“AD ou Chega? Venha o diabo e escolha. E foi o BE que estendeu a passadeira à extrema-direita”

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PAN não vai viabilizar um Governo da AD. Em relação ao PS, o discurso de Inês de Sousa Real é outro. E houve críticas a Marcelo.

Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM, “a cada palavra que diz, é um atentado às mulheres”.

Nuno Melo, líder do CDS-PP, “procura reavivar as touradas”.

Por isso, para o PAN “não faz qualquer sentido” ver na Aliança Democrática (AD) uma alternativa para o país.

Inês de Sousa Real disse que o seu partido não vai viabilizar um eventual governo formado pela AD, após as eleições legislativas do dia 10 de Março.

E, depois desta opção de Luís Montenegro, passou a ser “muito difícil” haver condições políticas para acordos com o PSD.

Nesta entrevista à rádio Observador, a porta-voz do PAN reforçou que não vai apoiar o PSD para evitar acordo com o Chega. Até porque “entre AD e Chega, estamos a ver um PSD a extremar-se e a deixar órfão o centro-direita; o original é sempre melhor do que a réplica mas neste caso venha o diabo e escolha“.

Já em relação ao PS, a porta fica aberta: “Essa avaliação só pode ser feita de acordo com o caderno de encargos. Temos de perguntar o que estão disponíveis para fazer pelas causas que representamos”.

Entre essas causas, como prioridades estão: reforma da agricultura que incentive serviços de ecossistemas, acabar com o sofrimento animal e com as touradas, e combater a violência doméstica.

A “fraude” de Mortágua

Inês de Sousa Real foi também questionada sobre as palavras de Mariana Mortágua. A líder do BE disse que o PAN é uma “fraude política”.

Inês classifica estas declarações como “infundadas e infelizes”; e lembra o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, que originou eleições legislativas antecipadas (Janeiro de 2022), onde se registou uma subida expressiva do Chega no número de votos.

Foi o Bloco de Esquerda que estendeu a passadeira à extrema-direita e para a consternação e a crise política que o país tem agora. Mariana Mortágua tem a sua quota de responsabilidade no que o país está a viver”, atirou.

Também houve espaço para críticas ao presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa “também contribuiu para a instabilidade política que o país tem vivido. Esta ameaça constante de dissolução, já que ainda não fomos a eleições, caso não haja estabilidade… Sabemos onde quer chegar: há aqui um saudosismo por Passos Coelho”.

Habitação, saúde, educação

A porta-voz do PAN sublinhou que a habitação é um problema grave no país, com um factor extra: pessoas sem casa porque os senhorios não aceitam animais.

Na saúde, os utentes deveriam ter acesso ao sector privado “sempre que não seja possível assegurar no público. Não temos esse preconceito ideológico”, comentou.

Em relação à educação, o partido é a favor de um ensino individualizado em vez de um ensino de “mera debitação ou excessivamente burocrático”.

Inês de Sousa Real preferia ter o novo aeroporto em Beja, ligado depois à linha de alta velocidade. Mas “há uma ausência de visão em relação à ferrovia”.

ZAP //

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