Açores e Madeira estão já a preparar a retoma do turismo neste verão, procurando até bater recordes pré-covid. Quem viajar para os arquipélagos pode esperar certos benefícios.
O turismo é um setor de extrema importância tanto para os Açores como para a Madeira. Numa altura em que a pandemia de covid-19 condicionou severamente o verão passado e o resto do ano, a época que se aproxima é essencial para a economia insular conseguir recuperar o fôlego.
Dados do INE mostram que os Açores foram a região do país que mais caiu em número das dormidas de residentes, o principal mercado do turismo açoriano (-62,8%). Este é apenas o exemplo de uma das situações em que a economia açoriana foi violentada.
Agora, o setor do turismo já está a preparar-se para a época alta que aí vem. “Sabemos que o turismo é um instrumento especial de distribuição de valor e nós estamos numa região que precisa muito de trocar aquilo que tem por aquilo que não tem”, sublinha o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia do Governo dos Açores, Mário Mota Borges.
Quem viaja para a região tem de realizar um teste à covid-19 na chegada, mas, se o fizer na origem, é-lhe atribuído um voucher de 35 euros, se vier de Portugal continental ou da Madeira, e de 50 euros, se chegar do estrangeiro, explica o jornal Público.
A diretora regional do Turismo, Rosa Costa, diz que isto faz parte do posicionamento do destino turístico Açores. “Acreditamos que os Açores serão um dos destinos mais procurado no Verão”, antecipa.
A região lançou recentemente uma campanha dirigida ao território nacional, mas está a preparar outras campanhas com foco nos turismos de natureza, náutico, cultural e gastronómico. O mercado nacional é a prioridade, mas Reino Unido, França, Espanha, Suíça e Itália serão alguns dos alvos a atrair.
“Estou em crer que por sermos um destino mais pequeno, não massificado, que em 2023 já teremos números bastante animadores para continuarmos a ser o motor da recuperação da economia dos Açores”, diz o presidente da Associação de Turismo dos Açores, Carlos Morais.
Madeira: mais turistas nacionais que no periodo pré-covid
A Madeira trava uma espécie de “guerra” com a TAP. O Governo regional critica o facto de a companhia aérea praticar tarifas desproporcionais nos voos para a região, havendo ainda “falta de diálogo” da TAP em contribuir com voos.
“Não é aceitável haver preços mais baratos para ir a Cancun do que para ir à Madeira”, atira o secretário regional de Turismo, Eduardo Jesus, em declarações ao Expresso.
Ao semanário, Bernardo Trindade, vogal do conselho de administração da TAP, admitiu que a transportadora vai reunir com os operadores turísticos para encontrarem soluções para se conseguirem pacotes de férias na Madeira no próximo verão.
A TAP está a fazer “uma aposta muito clara na Madeira” e a partir de junho esta rota será reforçada, garante o membro do concelho administrativo da companhia aérea portuguesa.
“Há 30 anos que os operadores não faziam um charter para a Madeira, seria triste termos de recuar a uma situação de há 30 anos para fabricar uma resposta e contrariar um vazio de oferta num destino que para nós é tão importante”, explica Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e de Turismo (APAVT).
Um dos pontos essenciais será garantir tarifas mais baixas para os turistas nacionais. A operação prevista este verão para a Madeira envolve dois voos por semana, com 160 a 180 lugares em cada avião.
O secretário regional de Turismo pretende atingir recordes relativamente aos resultados obtidos antes da pandemia. Além disso, espera ficar na “lista verde” do Reino Unido — em que os turistas britânicos podem viajar sem ter de cumprir quarentena. A decisão deverá ser tomada a 10 de maio.
Os 25 mil trabalhadores do sector na região passam a ser considerados prioritários nas campanhas de vacinação.
E quem chegar à região sem ter feito teste PCR 72 horas antes de embarcar, poderá fazê-lo gratuitamente no aeroporto.
