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Quatro meses depois, acidente de Cabrita ainda está em segredo e sem explicações

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Paulo Cunha / Lusa

O carro onde seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que envolveu uma vitima mortal por atropelamento

O inquérito ao acidente que vitimou um trabalhador na A6, entre Estremoz e Évora, envolvendo um automóvel em que seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, continua em segredo de justiça.

O advogado da família da vítima diz que não se percebe porquê e pede respostas.

“Neste caso, o segredo de justiça só pode ser decretado para proteger a inação ou a incompetência dos investigadores. Não vejo em que é que o segredo de justiça pode ajudar a investigar um acidente que degenerou num atropelamento”, disse José Joaquim Barros ao Jornal de Notícias.

“Nada sabemos das diligências efetuadas, incluindo se o Nuno [Santos] foi ou não autopsiado, e se foi ou não pedida uma peritagem ao carro”, lamenta o advogado.

Contactada pelo jornal, a Procuradoria-Geral da República não deu explicação sobre a razão de o inquérito permanecer em segredo de justiça.

Em Portugal, o segredo de justiça é a exceção e não a regra, sendo usado em raros casos. Para José Joaquim Barros, o segredo não faz sentido num caso em que “a investigação é uma perícia ao carro, a autópsia à vítima e ouvir testemunhas”.

“A minha opinião geral sobre o segredo de justiça é que os magistrados preferem manter as coisas em segredo de justiça, mesmo quando não se justifica. E, neste caso, não se justifica”, acrescentou o advogado da família.

Na passada sexta-feira, a Assembleia da República chumbou a proposta do Chega para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do Ministério da Administração Interna no acidente.

Em 18 de junho, o carro em que seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, atropelou mortalmente na A6, na zona de Évora, um trabalhador que fazia a manutenção da via.

O Ministério Público abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do trabalhador, “como sempre acontece” em acidentes rodoviários com mortos, tendo a GNR iniciado também uma investigação ao caso, tal como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que instaurou um inquérito interno sobre as circunstâncias em que foi prestado o socorro no acidente.

ZAP //

3 Comments

  1. Este vigarista nunca é responsabilizado pelas suas ações. Se eu tivesse atropelado um esquilo, por exemplo, já estaria na Solitária em Caxias.

  2. O mal não é eles pensarem que nós somos parvos. O mal é nós sermos.
    Mas… tive uma ideia! Nas próximas eleições vamos todos votar PS! Que tal? ‘Bora?

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