O acidente que levou ao descarrilamento do Alfa Pendular em Soure, na sexta-feira, poderia ter sido evitado caso as recomendações tivessem seguidos.
Um Alfa Pendular descarrilou na tarde de sexta-feira em Soure, Coimbra. O acidente causou duas mortes e 43 feridos. O comboio embateu com uma máquina de trabalho, um veículo de conservação de catenária, que desrespeitou um sinal vermelho e entrou na via principal no momento em que o Alfa Pendular seguia a 190 quilómetros por hora.
O jornal Público escreve que havia antecedentes que não foram valorizados pela Infraestruturas de Portugal (IP) e que, caso contrário, poderia ter evitado o acidente. A 20 de janeiro de 2016, um veículo da IP também ultrapassou um sinal vermelho na estação de Roma-Areeiro, em Lisboa.
Numa investigação levada a cabo pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), descobriu-se que esta era uma prática regular. Em seis anos, verificou-se esta situação 13 vezes. Mais duas durante o período de investigação.
Assim, o GPIAAF estabeleceu oito recomendações, das quais três não viriam a ter seguimento. O gabinete pedia mais formação aos condutores daqueles veículos de serviço e a instalação o “Convel” (Controlo de Velocidade) naquelas composições.
Como tal, o acidente de Soure foi causado por um desrespeito de recomendações, que se verificou várias vezes no passado, mas que nunca foi devidamente punido.
A IP anunciou estar atualmente a “colaborar com o GPIAAF no apuramento das causas e responsabilidades neste trágico acidente e agirá em conformidade com as suas conclusões”.
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) apenas dispões de sete técnicos responsáveis pela segurança ferroviária. A falta de recursos humanos já levou a Comissão Europeia a notificar o Governo a resolver a situação.
“Esta carência de recursos humanos do IMT, transversal a toda a Administração Pública e, em especial, nesta área, já tinha sido identificada” e será “delineada uma estratégia conjunta para suprir as necessidades”, disse fonte oficial do Ministério das Infraestruturas ao Público, em maio do ano passado.
A 20 de abril, um Alfa Pendular embateu num camião numa passagem de nível, em Vale do Santarém. Uma situação semelhante já tinha acontecido em 2016. Na altura, após investigação, o GPIAAF também emitiu recomendações que não viriam a ser seguidas e que levaram ao acidente deste ano, que vitimou o ajudante do motorista.
Estão a tentar branquear a responsabilidade da seguradora da viatura. A conta é enorme e a vontade de pagar é ínfima.
Caro António,
Não sei a que seguradora se refere.
Conforme decerto sabe, a maioria dos veículos do Estado não tem seguro.
Neste caso, estando em causa um acidente de um veículo da IP (Estado) com um da CP (Estado), a conta vai cair sobre os do costume: os contribuintes!
Se se refere à situação do pesado do acidente de Santarém, então também aí nada há a dizer: a responsabilidade é da IP que não seguiu as recomendações (e eu até conheço bem o local) e posso assegurar-lhe que o único erro do motorista foi não ter levado aquela porcaria toda à frente.
Enfim, não queriam o TGV, cujo investimento principal reside na construção de uma linha nova e não no material circulante em si, não era? O resultado está à vista, quando se põe um comboio de velocidade elevada a circular na mesma infraestrutura dos que andam a passo de caracol e dos que param em todas as capelinhas….
Agora a culpa é do maquinista, é a maneira mais prática de tirar o cu de fora…
A responsabilidade é sim da Infraestruturas de Portugal e Governo.
Estão a fazer de uma praceta um Autoestrada, é vergonhoso, essa linhas não são para circular a essa velocidade.
E é tempo de fazerem um bloqueio caso o maquinista não veja o sinal..
Agora como não há seguro como todos veículos do Estado não têm, PAGA CONTRIBUINTE…
O mesmo Jaime, mais disparates!…
Não há qualquer problema na velocidade de circulação e a linha em questão aínda suporta mais velocidade!
Vê-se que existe aqui muita irresponsabilidade e não caberá apenas ao maquinista da máquina que entrou indevidamente na linha, mas que já está livre de culpas, pois morreu, mas sobretudo à forma como o sistema funciona pelos vistos sem qualquer garantia de segurança, mas aí como isto já irá tocar altos cargos, tudo irá ficar como antes e ninguém será chamado à responsabilidade.
Agora imaginem cá a república das bananas com o ”TGV”
É…. o TGV (AVE) novo que descarrilou em Espanha e que causou 80 mortos, nem sequer tinha um sistema como Convel, usado pelo Alfa Pendular há mais de 20 anos (e pela maioria dos comboios portugueses)!…
Quanto a mim a responsabilidade é das recomendações, se tivessem sido imposições talvez as consequências não fossem tão graves! Se já existiam 15 situações semelhantes,porque esperava o legislador para, em vez de recomendar, impôr? O governo recomendava e a IP(Infraestruturas de Portugal) ignorava, sem quaisquer problemas, e o resultado desta dança está à vista! Só quando um comboio descarrilasse a sério, é que se poriam trancas na linha, muito ao estilo português!!!
O comboio, a meu ver, ainda está atrasado na sua forma de locomoção sobre carris, parece-me já ter havido tentativas de outras formas mais seguras em países asiáticos, por cá, no entanto, para além desse risco ainda estamos com métodos primitivos, quer em sistemas, quer em mentalidades e este acidente mais parece numa pista de comboios das crianças brincarem tal a forma irresponsável como meteram a máquina na linha.