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Abelhões picam as folhas das plantas para fazê-las florescer mais depressa

Vera Buhl / Wikimedia

Um abelhão (Bombus terrestris)

Um novo estudo sugere que os abelhões encontraram uma forma astuta de forçar as plantas a florescer para terem pólen à sua disposição.

De acordo com o site Science Alert, os abelhões (Bombus terrestris) usam as suas mandíbulas e probóscides para fazer buracos nas folhas das plantas, fazendo com que estas floresçam semanas mais cedo do que o suposto.

Pesquisas anteriores descobriram que a indução de stress nas plantas pode acelerar o seu florescimento. Por isso, investigadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, levantaram a hipótese de que, se os abelhões não estavam a comer as folhas ou a usá-las para ninhos, talvez estivessem mesmo a provocar o stress na planta para ter mais pólen.

Para testar esta ideia, a equipa colocou gaiolas sobre mostarda-preta (Brassica nigra) e tomate (Solanum lycopersicum) que não era suposto florescerem, e libertou abelhões famintos e privados de pólen lá dentro.

Para ter termo de comparação, os cientistas colocaram mais plantas destes dois tipos numa estufa sem abelhões e, num outro grupo de controlo, os próprios investigadores fizeram buracos nas folhas da mesma forma que estes animais faziam.

Os resultados foram surpreendentes. As plantas de mostarda-preta “mastigadas” pelos abelhões floresceram, em média, 16 dias antes das outras, e as plantas do tomate floresceram até 30 dias antes.

A equipa também descobriu que os abelhões privados de pólen causaram danos significativamente maiores às plantas do que as abelhas com comida suficiente, sugerindo que a fome impulsiona o ritmo a que os abelhões as danificam.

No caso das plantas em que os buracos foram feitos pelos investigadores, também floresceram mais cedo do que o normal, mas não tanto: as plantas de mostarda-preta danificadas floresceram oito dias antes, e o tomate apenas cinco.

Os cientistas ainda não sabem explicar o porquê desta diferença, mas é possível que os abelhões libertem uma substância química que desencadeie uma resposta mais forte nas plantas. Neste caso, será necessária mais investigação para perceber isso com certeza.

O estudo foi publicado, na última sexta-feira, na revista científica Science.

ZAP //

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