Fluidos vaginais em vez de perfume? O “vabbing” é a nova tendência para atrair parceiros

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Apesar de não haver provas científicas que apoiem o sucesso do “vabbing” na atração de parceiros, a tendência está a crescer no TikTok.

Mais uma semana, mas uma tendência viral de namoro no TikTok. Desta feita, o trque chama-se “vabbing”, um termo que mistura “vagina” e “dabbing” e se refere ao ato de usar fluidos vaginais como uma forma de perfume natural, aplicando-os em pontos de pulsação como os pulsos, o pescoço e atrás das orelhas, numa tentativa de atrair potenciais parceiros.

A tendência foi popularizada pela influenciadora Mandy Lee, que afirmou num TikTok, agora apagado, que o vabbing a ajudava a conseguir bebidas grátis e atenção nas saídas à noite. O seu post rapidamente desencadeou uma tempestade de reações: alguns comentadores elogiaram a técnica como inovadora e eficaz, enquanto outros a denunciaram como pouco higiénica ou simplesmente bizarra.

Apesar de se ter tornado viral, a ciência oferece poucos apoios sólidos para o suposto poder do vabbing. Embora muitos animais recorram a feromonas para assinalar a disponibilidade sexual, a existência de feromonas humanas funcionais continua a ser controversa. Uma revisão de 2012 de estudos sobre o assunto concluiu que as provas de comunicação baseada em feromonas em humanos são “fracas”, e grande parte da investigação existente baseia-se fortemente em modelos animais.

No entanto, existem algumas pistas intrigantes. Os investigadores descobriram que as mulheres produzem ácidos gordos voláteis conhecidos como copulinas – encontrados nas secreções vaginais – que atingem o pico durante a fase mais fértil do ciclo menstrual. Num pequeno estudo, os homens expostos a copulinas classificaram as mulheres como mais atraentes e relataram um aumento da auto-confiança.

Além disso, outros estudos sugerem que o odor natural do corpo, influenciado por marcadores do sistema imunitário como o complexo HLA, pode afetar subtilmente a seleção do parceiro e a satisfação na relação, explica a Vice.

No entanto, nunca foi identificada uma feromona humana definitiva e a comunidade científica continua cética. Por enquanto, o vabbing parece cair mais no domínio da pseudociência do que num efeito biológico com provas concretas.

Mas esta falta de suporte científico não impediu que algumas pessoas o adotassem como um ritual para aumentar a confiança. Para muitas adeptas do vabbing, a chave não é a sedução química, mas a forma como se sentem quando o fazem. O ato, argumentam elas, explora um sentido de poder na feminilidade natural.

Este efeito pode acabar por ser uma profecia que se auto-realiza: quem faz vabbing acaba por sentir-se mais atraente e comportar-se com mais confiança, o que por si só pode levar a que tenha mais sucesso nos encontros amorosos.

ZAP //

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