A primeira batalha militar de robôs da história acaba de acontecer

Milrem Robotics

Veículo terrestre não tripulado THeMIS da Milrem Robotics, desenvolvido na Estónia

Robots terrestres não tripulados russos entraram em combate armados com os seus lançadores de granadas e minas anti-tanque. A Ucrânia respondeu com ataques de drones “kamikaze”.

Dada a importância que os drones têm tido nos dois anos que passaram desde a invasão russa da Ucrânia, a primeira batalha entre robots da história não poderia tardar muito a acontecer.

E aconteceu mesmo. Foi este domingo, na região de Berdychi, no leste da Ucrânia, havendo até um vídeo que mostra como as escaramuças ocorreram.

Segundo explica o propagandista russo Boris Rozhin na sua conta na rede social Telegram, Moscovo testou em situações de combate real um veículo terrestre não tripulado, que lançou várias centenas de granadas contra posições ucranianas.

“O primeiro ataque com drones de assalto da história. Em Berdychi, que está agora a ser libertada pelas tropas russas, foram realizados testes de campo de uma nova e promissora plataforma robótica russa”, escreveu Rozhin.

Segundo um serviço de inteligência independente citado pelo El Confidencial, além de usar um lançador automático de granadas AGS-17/30, estes robôs podem também colocar minas anti-blindagem TM-62.

Rozhin afirma que o teste foi um sucesso retumbante. “Durante o uso em combate, os drones mostraram bons resultados. Foram capazes de continuar a operar mesmo em condições em que as perdas de pessoal e equipamentos caros por fogo inimigo teriam sido inevitáveis”.

No entanto, a primeira batalha robótica da história não terá acontecido exatamente como a relata Rozhin. Segundo a revista Forbes, o exército ucraniano fez explodir pelo menos dois dos robots russos e da forma habitual: com drones.

Um vídeo partilhado no X-Twitter pela 47ª Brigada Mecanizada Separada ucraniana mostra como dois pequenos drones controlados remotamente se aproximam dos mini-tanques russos e os fazem explodir.

“Neste momento, qualquer coisa que se mova no campo de batalha pode ser vista e atingida por um drone”, explica à Forbes o analista Samuel Bendett, especialista em tecnologia militar russa.

Face à escassez de artilharia devido à drástica redução da ajuda externa, o exército de Kiev está a concentrar-se na produção de drones. Segundo fontes ucranianas, são construídos mensalmente pelo menos 50.000 drones controlados remotamente.

A estes pequenos drones, que têm uma autonomia de alguns quilómetros, podem acoplar-se granadas ou cabeças explosivas.

A Ucrânia revelou recentemente a sua intenção de lançar centenas de unidades de robots terrestres de nova geração numa ofensiva militar desenhada para infligir grandes baixas às forças invasoras russas, com o mínimo de baixas ucranianas.

Entre os modelos que a Ucrânia está atualmente a produzir há drones terrestres de ataque equipados com metralhadoras pesadas, que podem colocar minas anti-tanques ou executar missões kamikaze.

Kiev obteve nos últimos meses sucessos retumbantes com ataques robóticos contra a frota russa estacionada no Mar Negro — que parece não conseguir defender-se destes ataques.

Os ataques com drones tornaram-se um exemplo do tremendo potencial ofensivo de uma força teoricamente inferior numa guerra assimétrica, oferecendo vantagens estratégicas contra um adversário que, numa guerra convencional, seria inquestionavelmente superior.

ZAP //

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