Manuel de Almeida / Lusa

José Sócrates a votar
António Guterres, José Sócrates e António Costa lideraram o país na grande maioria do tempo, desde 1995. Passos Coelho foi o maior “intruso”.
O Partido Socialista conseguiu a maioria absoluta pela segunda vez na sua história, em eleições legislativas. A primeira foi atingida em 2005, com José Sócrates no comando, e poucos adivinhariam que estava ali a começar outra maioria absoluta: quando chegarmos a 2026 (a actual legislatura terminará em Janeiro desse ano, se não houver imprevistos), o PS vai chegar a um domínio de 16 anos no Executivo, nos últimos 20 anos.
Sócrates, um mandato e meio
Este domínio começou precisamente por causa de eleições antecipadas. No Verão de 2004, Durão Barroso saiu para a Comissão Europeia e o sucessor Santana Lopes não durou mais do que quatro meses no cargo de primeiro-ministro. Demissões, remodelações… E o presidente da República, Jorge Sampaio, dissolveu a Assembleia da República. Novo acto eleitoral.
Em Fevereiro de 2005 o PS venceu essas legislativas com 45,03% dos votos. O melhor resultado do partido em legislativas, ainda hoje; maioria absoluta, 121 deputados, e José Sócrates a comandar o país.
Saltamos para Setembro de 2009 e nova vitória do PS, nova vitória de Sócrates. Desta vez com 36,55% das preferências, passando a ter 97 deputados.
Passos ganha mas perde
A quebra na hegemonia socialista aconteceu em Junho de 2011. Depois do famoso PEC IV ter sido chumbado por toda a oposição, José Sócrates cumpriu e demitiu-se. O Partido Social-Democrata venceu as eleições antecipadas (38,65% dos votos e 108 deputados), Pedro Passos Coelho passou a ser o primeiro-ministro.
Em Outubro de 2015 começou a “novela” que se sabe. Um dos processos mais intensos na democracia portuguesa, quando a coligação PSD-CDS venceu as eleições legislativas mas António Costa conseguiu um acordo para ter o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e da CDU. Costa perdeu mas formou governo quase dois meses depois – e foi histórico porque foi a primeira vez que um derrotado em legislativas se tornou primeiro-ministro, em Portugal.
Costa ganha mesmo, duas vezes
Quatro anos depois, em 2019, António Costa venceu mesmo: 36,34% dos votos e 108 deputados. Não chegou para a maioria absoluta e, desta vez, não houve acordo à Esquerda.
Em Outubro de 2021 não houve eleições mas houve uma proposta de orçamento rejeitada na Assembleia da República. Eleições antecipadas novamente – terceira vez em 17 anos – e vitória surpreendente do PS, com maioria absoluta, já em Janeiro de 2022.
As contas
Contabilidade de duas décadas: entre 2005 e final de 2025, o PS governará o país ao longo de 16 anos, sob o comando de José Sócrates (seis anos) e António Costa (10 anos). “Sobram” quatro anos de liderança para o PSD – entre 2011 e 2015, sempre com Passos Coelho.
Nas duas décadas anteriores, entre 1985 e 2005, o cenário foi diferente: o PSD governou durante 13 anos (Cavaco Silva, Durão Barroso e Santana Lopes) e o PS durante seis anos e meio (António Guterres).
Mas, se nos centrarmos só nos últimos 30 anos – contando que Costa fica no cargo até ao final de 2025 – os quase 10 anos de «cavaquismo» desaparecem. E, por isso, as últimas três décadas no Governo de Portugal também ficam marcadas por uma maioria absoluta do PS: 23 anos de socialismo em 30 anos no total, entre 1995 e 2025.
Transformando estas contas em percentagens, verificamos que, quer nos últimos 20 anos, quer nos últimos 30 anos – e resumindo as comparações em números redondos – o PS comandou o país em 80% do tempo.
Mais atrás, até 1985 a instabilidade reinou no Executivo português. Entre as primeiras eleições livres (1976) e a primeira vitória de Cavaco Silva (1985), houve oito mudanças de governo em nove anos. Sete pessoas passaram pelo cargo de primeiro-ministro: Mário Soares (duas vezes), Nobre da Costa, Mota Pinto, Maria de Lourdes Pintasilgo, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Pinto Balsemão.
Está explicado como é que estamos a bom ritmo para a cauda da Europa.
Isso explica porque somos dos países mais pobres da Europa.
A vida vai bem em Portugal. O povo gritou-o aos 7 ventos nestas eleições.
Por isso quem se queixa, deve fazê-lo sem razão. Certo?
Os salários estão altos, comprar ou alugar casa está ao alcance de qualquer um. Os 600 Euros que as empresas oferecem aos recém-licenciados dão para viver à grande e à francesa.
Não há razão para mudar nada. Não é?
Para os defensores da mudança à direita, que vêm ali a solução para todos os males, todos nos lembramos de assassino chamado Pedro Passos Coelho. Esse queria cortar em todo o lado.. e levou-nos a números de pobreza, desemprego, fome e suicídios nunca antes vistos! É verdade que o pai desses acontecimentos fora José Sócrates. Aquilo que Portugal é hoje, é uma demonstração má dessas duas legislaturas.
É por essa razão que os portugueses não querem PSD tão cedo… entendam que fica mais fácil!
Todos querem ver o seu subsídio de Natal e Férias na conta. Todos querem ver os feriados prontos a gozar! E há mais!
A única coisa que o Costa não fez foi baixar os impostos que vêm desde o Passos Coelho! Mas infelizmente, esse é um peso que continuaremos a pagar… Foram bancos para resgatar, é a TAP, para todos pagarmos!
Na Madeira, são já 40 anos de PSD, somos a zona do país com maior risco de pobreza!
E no entanto o programa seguido pelo Passos Coelho foi assinado pelo Socrates.
Pois, ignorar o óbvio dá nisto…
Nome: Nada a fazer com o Eu, quando se vê a política pelo lado ideológico e fanático, há sempre tendência para bater na mesma tecla, assim tem sido praticamente a política em Portugal desde o 25 de abril a qual começou logo torta com extremismos de esquerda tão distantes de uma Europa que já seguia na carruagem dianteira. Política de vingança jamais resultará e será tempo perdido.
Cuidado que andam por aqui vários “Eu’s” (e esse nem sequer usa o ponto de exclamação)!…
Mas, a verdade é que em fanatismo/extremismo não é fácil bater-te, já que chamas esquerda a tudo -mesmo que sabendo que tal nunca existiu em Portugal!!
Ele pode ter exagerado, mas tu não ficas nada atrás…
O programa seguido pelo Passos foi muittttttto para além do assinado pelo Sócrates e até além da troika – com os resultados que se conhecem!…
No fundo todos querem continuar a viver acima das suas possibilidades. O crédtio significa isso mesmo. E estamos todos endividados. Estado, empresas e famílias. Mas deixe estar que mais breve do que pensa seremos todos novamente corrigidos, como fomos no tempo do Passos. Não culpem é o próximo Passos. Culpem os que tardam em perceber que não se pode viver sempre acima das possibilidades.
Isto que aqui leio é uma vergonha, um descaramento, ou melhor, todos os portugueses sofreram um ataque de amnésia.
É irritante ver que foi o ps que deixou o país na banca rota e deitar as culpas no PSD. Já se esqueceram também que o Mário Soares teve de chamar o FMI por duas vezes. O ps é o partido mais incompetente, leviano e só se interessa dos jobs for de boys, mais nada. O País que se dane, desde que eles estejam todos bem tachados.
E enquanto a comunicação social não mudar teremos sempre ps. Eu vi jornalistas a dançarem na festa do ps. Uma vergonha. Não são profissionais da comunicação. São outros tachados.
A ignorância é atrevida…
Ai que vem aí o diabo.