Para o mar cor-de-rosa que pintou o país contou sobretudo a queda da esquerda — mas não só

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MIGUEL A. LOPES/LUSA

António Costa em campanha para as legislativas

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa (C), acena aos apoiantes, durante uma ação de campanha para as eleições legislativas 2022

Partido socialista conseguiu alcançar votações superiores a 40% em quase todos os distritos do continente.

Desde o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 — como consequência dos votos contra dos antigos parceiros de governação — que o PS parecia apostado num discurso de culpabilização de Bloco de Esquerda e Partido Comunista, colocando nos ombros destes partidos a responsabilidade de uma crise política que, em plena pandemia, não era desejada por muitos. Durante as semanas e meses que se seguiram, todos davam como certa uma perda de representação parlamentar destes partidos, em grande parte graças à mobilização do voto útil à esquerda.

Já com os números quase finais conhecidos, faltam os círculos da emigração, o PS tem mais 378.972 votos, ao passo que Bloco de Esquerda e Partido Comunista juntos perderam 344.861. Trata-se de uma diferença de 35 mil votos, tal como nota o Expresso, mas a abstenção baixou e votaram quase mais 300 mil pessoas. Deve ainda ter-se em consideração que o PAN perdeu 84.608 votos. Ou seja, a esquerda e o PAN perderam mais votos do que aqueles que o PS conseguiu.

Na dinâmica de transferência de votos, o Bloco de Esquerda foi a principal vítima, sobretudo da bipolarização esquerda-direita. O partido de Catarina Martins perdeu 252.250 votos e um total de 14 deputados (de 19 passa para cinco). Já o PCP perdeu 92.611 votos e passou de 10 deputados para seis.

Em termos territoriais, o PS passou a barreira dos 40% em quase todos os distritos e elegeram mais nove deputados do que em 2019, tendo roubado mais representantes à esquerda: mais dois deputados no Porto, mais um em Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Setúbal, Vila Real e Santarém. Em termos de distritos, e segundo o Expresso, o PS superiorizou-se aos antigos parceiros de geringonça com os seguintes números.

Aveiro – PS conquistou mais 23.205, PCP e BE perderam 22.560
Beja – PS mais 3.372, PCP e BE perdem 5.535
Braga – PS conquistou mais 38.336, PCP e BE perderam 28.209
Bragança – PS com mais 3.320, PCP e BE perdem 2.917
Castelo Branco – PS com mais 7.360 e PCP e BE perderam 7.959
Coimbra – PS com mais 17.720, PCP e BE perderam 15.976
Évora – PS com mais 6.322, BE e PCP 6.482
Faro – PS ganha 14.271, PCP e BE perdem 12.830
Guarda – PS conquista mais 5.902, PCP e BE perdem 4.166
Leiria – PS alcança mais 14.771, PCP e BE perdem 12411
Portalegre – PS com mais 2.258, PCP e BE perdem 4038
Porto – PS teve mais 76.373, PCP e BE perderam 60.017 votos
Santarém – Os socialistas obtiveram mais 13.034 e a esquerda teve menos 14.937
Setúbal – O PS conseguiu mais 45.671 votos, PCP e BE perderam 41.639 votos
Viana do Castelo – PS obteve mais 11.043; PCP e BE registaram menos 6.926
Vila Real – PS conseguiu mais 4.388 votos; PCP e BE perderam 4.379
Viseu – PS com mais mais 13.809, PCP e BE com menos 9.838
Madeira – Todos os três partidos perderam
Açores – PS alcançou mais 2.553, PCP e BE perderam 3.867 votos

ZAP //

1 Comment

  1. logico quie o ps ganhou nao so a extrema esquerda golpista.. mas ao rio seco e barrento…… e obvio que quem se mete com o ps leva!!!!.. so o chega contra ventos e mares se mantem fiel…. pena que com quase os mesmos votos da extrema esquerda… nao tenha tido os mesmos deputados e o partido dos lulus tosquiados e o primo da joacine com meia duzia de votos elegem representantes…. esta lei eleitoral e uma pesada herança dos comunistas

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