O Kremlin parece estar a aumentar a sua atividade no Norte longínquo da Europa e a Noruega, membro fundador da NATO, está atenta aos movimentos soviéticos.
Até hoje, a Noruega é o único vizinho europeu da Rússia que nunca sofreu ameaças de guerra do Kremlin.
No entanto, têm aumentado o número de relatos de que Moscovo tem tido atividade naval na costa norueguesa — e não andará à pesca do bacalhau.
Segundo o Der Spiegel, drones e bombardeiros russos têm sido avistados na base aérea de Olenya, perto da fronteira a nordeste do território da NATO.
O exército norueguês estará em alerta desde novembro.
“Era inimaginável para nós a Rússia invadir outro país”, afirmou o Coronel-Tenente Michael Rozmara, que comanda 800 homens e mulheres na posição mais a nordeste da NATO, na fronteira entre a Noruega e a Rússia.
Oslo expulsou, no passado mês de abril, 15 diplomatas russos por alegada espionagem e, apesar de permitir a sua entrada em três diferentes portos, condicionou a circulação das traineiras russas por preocupações relacionadas com espionagem e sabotagem.
“Guerra das Sombras”
Foram, em parte, jornalistas da transmissora norueguesa NRK, em colaboração com repórteres suecos, dinamarqueses e finlandeses, que alertaram para as silenciosas ameaças russas, num documentário de três partes chamado “The Shadow War” (ou, em português, “Guerra das Sombras”).
A estreia do documentário coincide com acontecimentos de há cerca de um mês atrás, quando alegados navios espiões russos foram acusados de sabotagem e espionagem no Mar do Norte.
A equipa seguiu os movimentos suspeitos de mais de 40 navios russos e descobriu que estes navegavam frequentemente muito perto de parques eólicos e localizações militares — especialmente quando estavam a decorrer especificamente exercícios da NATO.
O humilde território norueguês é quase tão pequeno como a cidade russa de São Petersburgo, mas é o maior fornecedor de gás natural da Europa, apostando também na sua riqueza em petróleo e energia eólica.
Mas o fornecimento de energia e cabos de comunicação também motivam a necessidade de proteger este membro da NATO, uma vez que quem tomar conta destes canais pode, consequentemente, tomar conta de um sistema fulcral da economia ocidental.
Segundo o general Hans-Werner Wiermann, que agora está encarregue de liderar a taskforce da NATO com vista a melhorar as proteções de redes elétricas, tubos subaquáticos e cabos de informação, os explosivos russos já podem ter provocado estragos nas linhas norueguesas.
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