O Corredor Central que atravessa a Ásia Central e Cáucaso pode ser uma alternativa comercial entre a China e a Europa, evitando a Rússia e triplicando o volume das mercadorias até 2030, segundo um estudo do Banco Mundial.
Esta rota, acrescenta a instituição no relatório divulgado esta segunda-feira, pode “proteger os países e as cadeias de abastecimento dos choques geopolíticos”, como a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções económicas a Moscovo adotadas no âmbito da guerra.
O Banco Mundial destaca ainda que, “com os investimentos e as políticas corretas, o Corredor Central poderá triplicar os volumes de comércio e reduzir para metade o tempo de viagem ao longo do percurso até 2030″, o que beneficiaria as economias locais e regionais e as comunidades em geral, criando oportunidades de emprego, estimulando a procura de indústrias de apoio e atraindo empresas.
O relatório do Banco Mundial refere também, com as opções políticas corretas, “o Corredor Central — que liga os mercados chinês e europeu através da Ásia Central e do Cáucaso — pode revigorar o comércio regional e aumentar a conectividade dos países ao longo da rota”.
Com o uso desta rota, “o comércio total do Azerbaijão, da Geórgia e do Cazaquistão aumenta 37%, principalmente devido às exportações do Cazaquistão, enquanto o comércio entre estes três países e a UE aumenta 28%”.
O conflito com a Ucrânia, iniciado pela invasão russa em 22 de fevereiro de 2022, levantou o interesse pelo Corredor Central, com os países envolvidos a desenvolverem esforços para agilizar o tráfego comercial, tendo, segundo o relatório, de resolver questões como a falta de gestão e coordenação das várias vias, aumentar a eficiência operacional nos portos envolvidos, melhorar as ligações das linhas ferroviárias aos portos e agilizar os procedimentos nas fronteiras.
O Corredor Central liga a China e o Cazaquistão por via ferroviária (menos poluente que a rodoviária), atravessando este país, também por comboio, até o porto de Aktau, de onde segue, por transporte marítimo para o outro lado do Mar Cáspio para o Azerbaijão, voltando a travessia a ser feita por via ferroviária até a Geórgia, de onde segue para a Europa via Turquia (comboio) ou Mar Negro (navio).
Devido aos atravessamentos de fronteiras e transferências entre comboios e navios, esta rota tem sido preterida face à do Norte (via Rússia).
O tráfego de contentores no Corredor Central aumentou 33% em 2022, face a 2021, mas as limitações da rota ficaram evidentes, tendo o tráfego recuado 37% entre janeiro e agosto de 2023, face aos primeiros oito meses de 2022.
// Lusa
Guerra na Ucrânia
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