Ao fim de quatro dias de disputa pública sobre onde seria realizada a posse de Maurício Macri, eleito nas últimas presidenciais na Argentina, a atual presidente Cristina Kirchner desistiu de comparecer à cerimónia, prevista para esta quinta-feira, que marca o fim de 12 anos de governos Kirchneristas.
“Não existem condições para que a presidente compareça ao Congresso Nacional”, afirmou o seu assessor Oscar Parrili, esta terça-feira à noite.
A decisão ocorreu após um dia tenso que marcou o acirramento da disputa entre Kirchner e o futuro presidente da Argentina, opositor de Cristina. Para seguir uma tradição criada pelo falecido marido, Cristina Kirchner defende que a transmissão do cargo seja realizada no Congresso Nacional e não na Casa Rosada, sede da Presidência, como defende Macri – e determina a Constituição.
Macri entrou esta terça-feira com uma ação na Justiça, pedindo à ainda presidente que “se abstenha de continuar a cumprir as suas funções” a partir de meia-noite desta quinta-feira, o dia da posse. Assim, seria Macri, e não Kirchner, quem teria a palavra final sobre o local da realização da transmissão de cargo, ou seja, a entrega da faixa e do bastão presidencial.
Segundo Parrilli, a acontecer o que o novo presidente defende, a Argentina ficará sem presidente durante 12 horas: “Entre isso e um golpe de Estado não há muita diferença”, afirmou.
“Mais perto dos representantes do povo”
Oficialmente, quase todos os ex-presidentes do período democrático, iniciado em 1983, receberam a faixa presidencial na Casa Rosada. Isto só mudou quando, em 2003, o bastão e a faixa presidenciais foram passados por Eduardo Duhalde a Nestor Kirchner no Congresso.
Nestor Kirchner teve apenas 22% dos votos na primeira volta, mas foi declarado presidente após a desistência do seu oponente na segunda volta, o ex-presidente Carlos Menem. Kirchner preferiu receber a faixa presidencial no Congresso, para “estar mais perto dos representantes do povo”.
Cristina resolveu manter a tradição. Quando já era viúva de Nestor, que morreu em 2010, a presidente recebeu os símbolos presidenciais da filha, Florencia, no Congresso, quando foi reeleita em 2011.
A disputa veio à tona quando Cristina e Macri começaram a expor publicamente as suas diferenças sobre o local onde o presidente eleito receberá a faixa e o bastão presidenciais.
Num programa de televisão no sábado, Macri contou que tinha telefonado à presidente para falar sobre a cerimónia de tomada posse, dizendo que optava pela Casa Rosada porque é o que determina o Cerimonial da Presidência.
“Foi assim com outros presidentes”, afirma Macri, que afirmou no programa de TV que, caso Cristina não comparecesse, ele receberia a faixa presidencial do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, na Casa Rosada.
ZAP / BBC
q mau perder tem as esquerdas.
Correcto-SEDE DE PODER.OK.
Algumas esquerdas. Eu teria vergonha de me comportar dessa maneira. Cá por casa é a direita que se acha no direito de considerar ilegítimo um governo legitimado pela nossa constituição. Enfim, dá para ver o apreço que eles tem pela Lei Fundamental!
E já agora, em relação à SEDE DE PODER, a menos que o candidato derrotado (não a Cristina Kirchner) fosse uma marioneta nas mãos dela, não estou a ver como ela continuaria no poder.
A esquerda não sabe aceitar as derrotas e sempre engendra qualquer coisa para tentar humilhar ou espezinhar o adversário, temos o exemplo por cá!