A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, no Brasil, vai ter que explicar como uma reclusa grávida, prestes a dar à luz, foi colocada de castigo na solitária.
A reclusa teve o bebé sozinha, apesar dos gritos de socorro das presas, numa cela vizinha.
O caso ocorreu no dia 11, mas veio a público esta segunda-feira e motivou pedidos de esclarecimento e de afastamento da directora da penitenciária, Andreia Oliveira.
Depois de ter sido atendida num hospital, a reclusa voltou ao isolamento e a criança foi entregue ao cuidado de um abrigo – apesar de a penitenciária dispor de uma Unidade Materno Infantil.
As reclusas podem normalmente cuidar dos recém-nascidos na UMI, durante pelo menos seis meses.
Segundo a Associação de Prestadores de Serviços de Saúde e Assistência Penitenciária, que reúne médicos, psicológicos e assistentes sociais, os partos em celas não são atípicos.
De acordo com representantes da associação, a realidade é reflexo da precariedade do atendimento ao preso e das condições de trabalho dos profissionais.
“Consta que a presa teve o bebé em isolamento e, mesmo com os gritos de outras reclusas a pedir ajuda, a reclusa só saiu da solitária já com o bebé no colo, com o cordão umbilical pendurado”, criticou o juiz Eduardo Oberg, da Vara de Execuções Penais local.
“Isto é de uma indignidade humana inaceitável”, acrescentou o juiz.
ZAP / Agência Brasil