O dinheiro traz mesmo felicidade

António Belchior / Jogos Santa Casa

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatísticas britânico (ONS, na sigla em inglês) contraria o ditado que diz que o dinheiro não traz felicidade: o nível de bem-estar das famílias está mesmo relacionado com o recheio da conta bancária. 

De acordo com o relatório do ONS, “a satisfação com a vida, a valorização pessoal e o nível de felicidade aumentam, e a ansiedade diminui, à medida que aumenta a riqueza do agregado familiar”, nomeadamente o dinheiro na conta bancária, ações ou as poupanças para os filhos.

O que faz aumentar a sensação de felicidade é a riqueza acumulada, mas não as propriedades. A relação entre a satisfação pessoal e as propriedades – tais como carros, iates, obras de arte e antiguidades – só se torna significativa para os 20% mais ricos.

No entanto, apesar de aumentar a satisfação com a vida, ser rico não reduz a ansiedade nem aumenta a auto-estima.

Para elaborar este “Índice de Felicidade”, o INE britânico pede a milhares de cidadãos que avaliem os seus níveis de felicidade e de ansiedade, além de quão satisfeitos estão com a vida e quão valorizados se sentem. Os resultados são então analisados sob diferentes pontos de vista, desde a saúde física aos rendimentos, propriedades e poupanças.

O relatório, citado pelo Telegraph, descreve que “os resultados indicam que, no geral, à medida que a riqueza acumulada aumenta, aumentam também os níveis de satisfação com a vida”.

Outros estudos do ONS mostraram que a saúde, o tipo de contrato de trabalho e as relações pessoais também tinham ligações fortes com altos níveis de bem-estar.

Contudo, o relatório ressalva que “apesar de a análise mostrar a natureza, proporção e força da relação entre uma característica ou circunstância pessoal específica e o bem-estar individual, não podemos dizer com certeza que aquela característica ou circunstância tenha causado maior ou menos bem-estar”.

Se é dos que ainda assim prefere acreditar no ditado, talvez possa fazer uma pequena cedência, como o fez Ronald Reagan: “O dinheiro não pode comprar felicidade, mas pode dar-nos um melhor conjunto de memórias”.

ZAP