O Governo apresentou à Comissão Europeia uma solução para o Sistema de Mobilidade do Mondego (Metro Mondego) definida pelo ministro Poiares Maduro como “metropolitana rodoviária” e que pode levar à autorização de financiamento através de fundos europeus.
Em declarações à agência Lusa, o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional disse que o estudo pedido ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que procura uma solução alternativa para o Metro Mondego “está praticamente concluído e que será apresentado nos próximos dias, mas que já existem conclusões preliminares”.
Embora recusando entrar em detalhes sobre a solução preconizada pelo LNEC, Miguel Poiares Maduro apelidou-a de “metropolitana rodoviária”, garantindo que não se trata de um normal autocarro elétrico: “É uma coisa diferente, as pessoas julgam que é um autocarro normal e não é. Do ponto de vista de funcionamento e de acessibilidade para as pessoas não é diferente do metro”, frisou.
Por outro lado, o ministro sublinhou que uma das conclusões preliminares aponta para que seja incluída na solução final a zona urbana de Coimbra, e não só a ligação entre aquela cidade e os municípios de Miranda do Corvo e Lousã, “para garantir a sustentabilidade global do projeto” do Metro Mondego.
A ser adotada, a solução também permitirá manter e utilizar investimentos já realizados no projeto, não os desperdiçando: “É isso que entendemos que pode levar a que, realmente, a Comissão Europeia aceite que fundos europeus possam ser utilizados para financiar esta solução”, disse Poiares Maduro à Lusa.
O ministro lembrou que a Comissão Europeia (CE) “tinha recusado financiar com fundos europeus o sistema de mobilidade” original, constituído por um metropolitano sobre carris, considerando-o “inaceitável por não ser minimamente sustentável, minimamente viável”.
No entanto, nas negociações com Bruxelas, o Governo conseguiu que a CE “aceitasse a possibilidade de poderem vir a ser utilizados fundos europeus para financiar o Sistema de Mobilidade do Mondego desde que Portugal apresentasse uma solução alternativa e demonstrasse a sua sustentabilidade económica e financeira” e que essa sustentação estivesse assente num estudo técnico “credível e independente”.
No final da passada semana, Poiares Maduro reuniu com a Comissária Europeia da Política Regional, Corina Cretu, a quem apresentou as conclusões preliminares do estudo do LNEC: “A comissária europeia, sem uma análise dos seus próprios serviços, não pode já vincular-se, mas penso que conseguimos sensibilizá-la para aquilo que o próprio LNEC apresenta como viável, sustentável e que garante uma solução de mobilidade até de maior qualidade, maior acessibilidade e maior rapidez daquela que estava originalmente prevista em termos de um metro clássico de carris”, afirmou o ministro.
De acordo com o governante, “fundamental era encontrar uma solução que fosse convincente do ponto de vista da Comissão Europeia, para permitir que a Europa autorize a utilização de fundos europeus para este tipo de investimento”, reafirmou.
Numa altura de pré-campanha eleitoral para as legislativas, Poiares Maduro defende que a discussão sobre a solução que o Governo pretende ver implementada não deve ser politizada ou partidarizada.
“Não acho que esta discussão deva ser feita agora ao nível político. O relatório vai ser apresentado do ponto de vista técnico e depois vai ser discutido, naturalmente, com os autarcas e com as populações. E isso é que é fundamental, sobretudo agora neste período de campanha, para não politizar, não partidarizar esta questão”, defendeu.
Para Poiares Maduro, levar a solução para o Metro Mondego para o debate politico-partidário “será contaminar uma questão tão sensível e que tanta frustração trouxe, em primeiro lugar, às populações afetadas”.
“Deve ser discutida da forma mais racional possível e da forma menos politizada possível”, advogou.
/Lusa