As chamadas pílulas de terceira e quarta geração, apresentadas como tendo menores riscos para a saúde das mulheres, aumentarão, afinal, as possibilidades de aparecimento de tromboses venosas. É o que conclui um estudo realizado no Reino Unido.
Os investigadores da Universidade de Nottingham concluíram que o risco de sofrer tromboses venosas é “maior para as preparações com novas drogas do que para as drogas de segunda geração”.
Em causa estão pílulas que contêm drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona e que, de acordo com o estudo publicado no site The BMJ, têm quase o dobro do risco (de 1,5 a 1,8 vezes superior) de provocar acidentes de trombose venosa em relação aos contraceptivos mais antigos compostos por levonorgestrel, noretisterona ou norgestimata.
“As preparações que contêm gestodeno, desogestrel, drospirenona e ciproterona foram associadas com riscos significativamente maiores de VTE [trombose venosa]”, concluem os investigadores, frisando que “o número de casos extra de VTE por ano, por 10 mil mulheres tratadas, foi mais baixo para levonorgestrel e norgestimata e maior para o desogestrel e a ciproterona”.
Este estudo vem ao encontro de outra pesquisa feita na Dinamarca e divulgada em 2011 e reforça também uma análise feita pelo Sistema de Saúde Francês que tinha demonstrado a duplicação do risco de ocorrerem embolias pulmonares em mulheres que utilizam as ditas pílulas de nova geração.
Entre estas encontra-se a Yasmin, marca usada por Carolina Tendon, uma jovem bailarina de Évora que faleceu em março deste ano, devido a uma embolia pulmonar que os pais atribuem ao uso daquele contraceptivo oral.
Por estes dias, é também notícia a morte de uma britânica de 21 anos, também devido a uma embolia pulmonar, mas que usava Rigevidon, pílula contraceptiva composta por etinilestradiol e levonorgestrel.
Apesar destas notícias e das conclusões do estudo, os investigadores da Universidade de Nottingham reforçam que os riscos associados às pílulas em geral são baixos.
SV, ZAP