PAULO CUNHA/LUSA

Um avião Canadair faz descarga durante combate a incêndio
Constrangimentos na entrega adiam a chegada de ajuda. Cenário “avassalador” em Arganil, mas situação geral dos incêndios melhorou.
Iriam chegar hoje, domingo, mas os dois aviões Fire Boss cedidos pela Suécia para ajudar no combate aos incêndios rurais só devem chegar a Portugal amanhã, segunda-feira, devido a constrangimentos na entrega.
Num ponto de situação dos incêndios em Portugal continental, o comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, informou que os dois meios aéreos provenientes do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, e que estavam previstos chegar no domingo, “só chegarão na segunda-feira”.
“Por constrangimentos na sua operação, a informação por parte do Mecanismo é que eles só chegarão na segunda-feira”, disse Mário Silvestre, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras).
A chegada dos aviões foi anunciada na sexta-feira pelo secretário de Estado da Proteção Civil, que na altura adiantou que os aviões deviam começar a operar na segunda-feira.
Situação dos incêndios
Mais de 3.100 operacionais combatiam às 5:15 de hoje os nove principais incêndios no continente, com os de Arganil (distrito de Coimbra) e Sátão (Viseu) a concentrarem o maior número de meios, segundo a Proteção Civil.
A frente ativa do incêndio de Arganil, junto à povoação de Relvas, ameaça estender-se ao concelho da Pampilhosa da Serra, uma constante ao longo dos últimos dias, disse o presidente da Câmara Municipal.
Luís Paulo Costa admitiu na TSF o cenário avassalador no concelho: “Entre 25% a 35% do concelho está coberto por um manto negro, tem sido avassalador até agora. Do ponto de vista dos prejuízos materiais, temos indicação de destruição de três habitações não permanentes, de alguns arrumos grupos agrícolas e do ponto de vista ambiental, naquilo que é a floresta, está a ser um desastre”.
O incêndio que na sexta-feira atingiu o município de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, destruiu duas casas de primeira habitação em Vila Pouca da Beira, disse este sábado o presidente da União de Freguesias.
A Câmara Municipal de Aguiar da Beira registou várias casas ardidas, das quais “duas ou três” eram de primeira habitação, no incêndio que assola o concelho desde quarta-feira e que deixou já um rasto de destruição “muito grande”.
O incêndio da Lousã, no distrito de Coimbra, já não tem qualquer frente ativa e entrou em fase de consolidação e vigilância aos reacendimentos.
O incêndio que deflagrou no sábado em Mondim de Basto, distrito de Vila Real, foi dado como dominado esta madrugada.
O incêndio rural que atingiu Penedono queimou 90% da mancha verde daquele território e deixou os cerca de 3.000 habitantes, que vivem da agricultura e pecuária, sem sustento, disse à agência Lusa a presidente do município.
“Tenho 90% ou mais do território queimado, mas pronto, não chegou a nenhuma casa pelo menos, registamos isso”, adiantou à agência Lusa a presidente da Câmara Municipal de Penedono, Cristina Ferreira.
A autarca do norte do distrito de Viseu acrescentou que “aquilo que era um território verde está negro, num concelho que vive da terra, da agricultura, das árvores, dos animais que ficaram sem alimento nenhum”.
O município de Penedono tem na sua “principal atividade económica a castanha e o azeite – é a alavanca do concelho” – e ainda a amêndoa e a maçã.
Advogados ajudam
Um grupo de advogados voluntários vai prestar aconselhamento e apoio jurídico gratuito a cidadãos e empresas afetados pelos incêndios rurais que têm devastado várias regiões do país, numa iniciativa da Ordem dos Advogados anunciada neste domingo.
A criação desta “bolsa de advogados voluntários” surge numa altura em que Portugal enfrenta “uma das piores vagas de incêndios dos últimos anos”, já com uma vítima mortal confirmada e prejuízos materiais significativos, refere a instituição em comunicado.
Face à “dimensão humana, social e económica desta tragédia”, a Ordem considera que o apoio jurídico é “um instrumento essencial” para ajudar as populações em situação de extrema vulnerabilidade.
“Conscientes de que as perdas sofridas transcendem os danos materiais e compreendem também a limitação no acesso a direitos e garantias fundamentais, entendemos que é nossa responsabilidade profissional e social colocar os recursos jurídicos da Advocacia portuguesa ao serviço das comunidades mais necessitadas”, afirma a Ordem.
Esta bolsa de voluntários pretende assegurar acompanhamento personalizado em diversas situações, nomeadamente processos de indemnização, relações com seguradoras e entidades públicas, bem como orientação para o acesso a apoios governamentais.
Segundo a instituição, o apoio abrangerá ainda aconselhamento sobre direitos e obrigações decorrentes dos danos provocados pelos incêndios e assistência na tramitação de processos administrativos.
ZAP // Lusa
Venho de ver e ouvir a “analise” da causa dos (repetíveis Incêndios ) relatada por José Gomes Ferreira na SIC . Foi o único até esta Data a por o dedo na ferida e denunciar a larga cadeia de Interesses que vivem destas calamidades . Denunciou en voz alta a verdade pura e dura , que todos nós sabemos , un autentico ponta-pé no formigueiro . O melhor Analista e Comentador ao serviço dos Portugueses ! ….Bem haja J.G . Ferreira !