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Os EUA são um dos principais destinos das exportações portuguesas, ocupando o quarto lugar entre os “clientes” de Portugal. Mas que impacto vão ter as tarifas de Donald Trump na nossa economia?
Os EUA são o “principal parceiro extracomunitário” de Portugal, representando “6,8% do total das nossas exportações de bens“, considerando dados de 2023, como nota a economista Gabriela Castro, que integra o Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal (BdP), em declarações no “BdP Podcast“.
A AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal reforça que “os EUA são o quarto cliente de Portugal” e que, em Janeiro deste ano, eram o nosso 11.º fornecedor.
Em 2024, as exportações portuguesas para os EUA representaram “5.318,3 milhões de euros” e “as importações subiram 7,3% para 2.416 milhões de euros, com um saldo da balança comercial positivo para Portugal em 2.902,3 milhões de euros”, segundo dados da AICEP.
“Os químicos representavam um quarto (24,9%) do total das vendas aos EUA em 2024, somando 1.324,2 milhões de euros”, ainda segundo a AICEP.
Já em Janeiro deste ano, “as exportações de químicos para os EUA somavam 70,2 milhões de euros”, “com um peso de 21,3%, seguido dos combustíveis minerais (peso de 14,8%, totalizando 48,9 milhões de euros)”, ainda segundo a mesma agência.
“As vendas de plásticos e borracha eram o terceiro produto mais vendido (peso de 11,5%), somando 37,8 milhões de euros”, acrescenta a AICEP.
Na lista dos principais produtos portugueses exportados para os EUA, estão “óleos de petróleo ou de minerais betuminosos”, “medicamentos, pneumáticos novos, de borracha, entre outros”, como destaca ainda a AICEP.
Há “países com dependência muito maior” dos EUA do que Portugal
Analisando o peso das exportações portuguesas para os EUA em termos do PIB português, “Portugal encontra-se numa posição intermédia no contexto da União Europeia”, refere a economista Gabriela Costa no “BdP Podcast”.
Em 2023, “as exportações de bens representaram cerca de 2% do PIB português, enquanto há países da UE onde têm um impacto “significativamente menor”, como são os casos de Chipre que “tem um peso de 0,4%”, e de Malta, “com 0,6%”, analisa ainda Gabriela Castro.
Mas também há “países com uma dependência muito maior, como é o caso da Bélgica, com 5,6%, e o caso da Irlanda, com 10,1%”.
Que impacto podem ter as tarifas no nosso país?
Nesta altura, ainda é prematuro presumir qual vai ser o impacto real das tarifas de 20% anunciadas por Donald Trump sobre os produtos importados da União Europeia (UE).
Mas o Boletim de Março do Banco de Portugal (BdP) já antecipava o efeito negativo que é certo – embora ainda não seja possível adiantar quão grave será.
Naquele documento de previsão do BdP, estimava-se que o “impacto global” do choque imposto por Trump levaria a uma “redução cumulativa do PIB [Produto Interno Bruto] em torno de 1,1% no final de três anos, com os efeitos concentrados nos primeiros dois anos”.
A instituição salientava no documento que, “para além dos efeitos directos da imposição de tarifas, o aumento das barreiras comerciais gera um ambiente de maior incerteza, com repercussões negativas na confiança dos agentes económicos, fruto da imprevisibilidade de futuras políticas comerciais, da sua escala e duração, da possibilidade de medidas retaliatórias e da volatilidade induzida nos custos de produção e nos preços dos bens”.
Tudo isso vai levar, inevitavelmente a “uma redução do investimento e do consumo privado“, analisava ainda o BdP.
A economista Gabriela Castro, que esteve envolvida na elaboração do Boletim de Março do BdP, reforça que este “ambiente muito instável”, “reduz a confiança” e retrai o consumo, com efeito directo na actividade económica.
Com a “redução da actividade económica nos países afectados pelas tarifas”, a procura global também fica afectada, nota ainda a economista, concluindo que isso afectará o rendimento das famílias, devido a possíveis cenários de aumento do desemprego e do aumento dos preços dos bens.
Os 5 sectores portugueses mais expostos às tarifas
O boletim do BdP também identificava os cinco sectores nacionais mais expostos ao comércio com os EUA, e que, portanto, podem sofrer mais com as tarifas.
As empresas exportadoras de fabricação de têxteis e de produtos minerais não metálicos (que inclui vidro, produtos cerâmicos e cimento) têm “elevada exposição ao mercado americano”, considerando os números das exportações de 2023, apontava o BdP.
“As indústrias das bebidas, dos equipamentos informáticos, de comunicações, electrónicos e óptica e a indústria do couro e seus produtos, apresentavam também uma relevante percentagem de empresas com elevada exposição ao mercado americano”, acrescenta o mesmo boletim.

Sectores portugueses mais afectados pelo impacto das tarifas anunciadas por Donald Trump.
Contudo, o impacto, nestes e noutros sectores, pode ser diferente, conforme a realidade de cada empresa individualmente, e de acordo com a forma como se prepararam, ou não, para as tarifas, como repara o economista João Amador, que também integra o Departamento de Estudos Económicos do BdP.
Mas existem casos de empresas onde o mercado americano é “absolutamente fundamental”, e que podem, portanto, sofrer mais, analisa João Amador no “BdP Podcast”.
O que podem as empresas fazer?
“As empresas exportadoras poderão mitigar esse efeito reduzindo os seus preços de venda, comprimindo a sua margem de lucro“, nota o Boletim de Março do BdP.
Outra possível solução, no caso de empresas multinacionais, passa pela “criação de capacidade produtiva nos EUA“, com a criação de instalações de produção neste país, afiança ainda o BdP. Isso vai encontro da estratégia de Trump que quer recuperar a indústria dos EUA.
Mas as empresas também podem ser afectadas indirectamente, mesmo que não exportem directamente produtos para os EUA. Afinal, vivemos num “mundo globalizado”, onde a “produção de muitos bens é distribuída por vários países, com cada país a especializar-se” numa determinada área, com o repara Gabriela Castro.
A economista dá o exemplo da produção automóvel, notando que “um carro pode ter componentes que são fabricados em diferentes países, e pode ser montado noutro país”.
Assim, “os fornecedores de componentes automóveis, mesmo que não vendam para os EUA, podem ver a procura pelos seus produtos diminuir”, destaca, sublinhando que a indústria automóvel nacional também pode sair afectada.
O mu do é grande, há que procurar outros mercados. E não esquecer o quão estúpidos são os americanos daqui em diante.
Ou quão estupidos sao. Aqueles que adormeceram nos braços americanos.
Não são as tarifas do Presidente Trump que vão afectar Portugal e os Portugueses, são as más políticas intencionais praticadas pelos Governos do dr. Pedro Coelho, dr. António Costa, dr. Luís Esteves, e dos próximos governos, que estão e vão prejudicar verdadeiramente o País, os Portugueses, e às quais se junta o factor de instabilidade política representado pelo Sr.º Presidente da República Marcelo Sousa.
As tarifas do Presidente Trump são uma oportunidade para se fazer as Reformas que Portugal precisa, e reactivar os sectores da Agro-Pecuária, Indústria, e Pescas, Comércio e Serviços, rumo a uma maior autonomia e soberania.
«…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”. Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.
O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.
Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias. Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedade secretas.
A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha» (https://www.aofa.pt/rimp/PR_Alberto_Joao_Jardim_Documentacao.pdf)