Os cientistas estão a construir o atlas definitivo da vagina. O objetivo é estudar o microbioma vaginal em populações de todo o mundo – sem discriminações – para perceber como este pode diferir em pessoas diferentes.
Os cientistas estão a tentar traçar um mapa completo da vagina – que catalogue a diversidade de microrganismos que nela vivem.
Estes micróbios são conhecidos coletivamente como o microbioma vaginal e incluem bactérias, fungos e organismos simples chamados archaea, juntamente com vírus – embora, como lembra a Live Science – os vírus não sejam tecnicamente “vivos”.
As alterações na abundância destes micróbios, especialmente das bactérias, têm sido associadas a vários problemas de saúde, incluindo complicações na gravidez, como o parto prematuro; doenças crónicas (como a endometriose); e infeções, incluindo infeções do trato urinário (ITU) e o papilomavírus humano (HPV).
A relação entre o microbioma vaginal e estas condições ainda não é totalmente compreendida.
No entanto, um novo mapa que está a ser construído à margem de uma investigação divulgada esta quinta-feira na Trends in Microbiology deixa-nos mais perto disso.
Os cientistas explicam que o esforço de mapeamento se torna complicado pelo facto de a investigação ao longos das últimas décadas se ter concentrado, em grande parte, apenas, em países com rendimentos elevados – o que tem distorcido os resultados em relação a determinadas populações.
“É urgentemente necessária mais investigação sobre as funções e a diversidade do microbiota vaginal em diferentes partes do mundo. Ainda estamos a perceber quais as bactérias que podem ser consideradas patogénicas e quais as que são mais protetoras”, escreveram os investigadores, citados pela Live Science.
Com uma melhor compreensão do microbioma vaginal, os cientistas poderiam encontrar formas de tratar doenças diretamente e indiretamente relacionadas com o órgão genital feminino. Essa compreensão chegará com o grande mapa da vagina.
O ser humano é capaz das coisas mais maravilhosas…
Pena que no seu âmago, essas maravilhas convivam com tanta crueldade, que em vez de combater vírus e doenças, combate a própria espécie.