O secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias, apresentou a demissão ao primeiro-ministro, que a aceitou, depois da polémica com a criação de duas imobiliárias que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos.
Hernâni Dias justifica a demissão com a intenção de proteger a estabilidade do Governo, o primeiro-ministro e a sua família, e assegura estar de “consciência absolutamente tranquila”.
A saída do secretário de Estado ocorre depois de se ter noticiado que Hernâni Dias criou duas empresas imobiliárias já depois de ter entrado para o Governo, que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos. Note-se que é a Secretaria de Estado da Administração Local que tutela as alterações a esta lei.
Uma semana antes, também se avançou que Hernâni Dias está a ser investigado pela Procuradoria Europeia por suspeitas de ter recebido contrapartidas de uma construtora quando foi autarca de Bragança.
Hernâni Dias já recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
Hernâni Dias suspende mandato para ser ouvido no Parlamento
Na carta de demissão do secretário de Estado da Administração Local, a que a Lusa teve acesso, Hernâni Dias anunciou ainda que suspenderá o mandato como deputado para ser ouvido no Parlamento.
“A minha demissão nada tem a ver com o receio de esclarecer as questões que têm sido veiculadas pela comunicação social”, apontou ainda o Secretário de Estado cessante na carta de demissão.
Hernâni Dias manifesta também a “vontade e plena disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos às autoridades competentes”.
O governante refere que, agora, aguarda a aprovação da sua audição já pedida por vários partidos, para “esclarecimento cabal de todos os assuntos, o mais rápido possível”, de modo a “encerrar a desinformação que tem sido difundida”.
“Falsidades, deturpações e insinuações injustificadas”
Hernâni Dias disse estar a ser confrontado com “uma vaga de notícias que contêm falsidades, deturpações e insinuações injustificadas”.
“Apesar de se referirem a situações totalmente desligadas das funções que desempenho, entendo que é minha obrigação proteger a estabilidade do Governo e, em especial, a posição do senhor primeiro-ministro”, justificou.
O antigo autarca considerou ainda que “na vida política há que ter a hombridade de assumir” decisões, sublinhando que entende que, neste momento, “a continuidade como secretário de Estado poderia ser vista como um factor negativo, logo prejudicial ao trabalho do Governo“.
“Esta decisão surge, também, da necessidade de proteger a minha família e preservar a sua privacidade e bem-estar, que, em face das actuais circunstâncias, se tornaram vulneráveis”, afirmou.
Hernâni Dias reforçou ainda na carta de demissão que sempre pautou a sua vida “pelos princípios da legalidade e da transparência, pelos valores da defesa da coisa pública, com elevado sentido de responsabilidade, correcção e rigor”.
A terminar, Hernani Dias agradeceu “profundamente” ao primeiro-ministro “a honra” e a “confiança” por o ter escolhido para o cargo que agora deixa.
ZAP // Lusa
Esta demissão jamais teria cabimento, se de pessoa séria se tratasse.
Sabendo, como sabiam, que estava – e está – a ser investigado pelo Procuradoria Europeia, sobre ações ilegais no decurso do seu anterior mandato de Presidente de Câmara. jamais deveria ter aceitado o cargo, e jamais o Ministro da tutela, bem como o Primeiro Ministro o deveriam ter abordado para o efeito, assim como não deveriam ter arrastado esta demissão, depois da denúncia feita pela RTP.
Obviamente, como em outros casos – uns do domínio público – outros, quiçá – todos creram que passariam pelos intervalos da chuva, sem que ninguém descobrisse e/ou denúnciasse.
A acontecer, uns diriam que não sabiam, outros que se sentiam de consciência tranquila., como é habito.
Tão tranquila, que a decisão só surgiu no fim da linha, quando, estendendo o braço, não encontraram boia que os salvasse.
Resumindo e concluindo :
CAMBADA DE ESCROQUES!!!.
PS2 com os mesmos vícios do PS1, recrutar ora incapazes ora “corruptos” …. sigam as malas!!
E ainda há alguns “que fazendo obra” como o Isaltino Morais, ganham as eleições no “concelho mais instruído do Pais”, e está sempre na TV a dar lições de moral…VIVA OS CORRUPTOS …, como diz um amigo o Sócrates “fez obra”, alguns nem isso….grande república das bananas.
Não era suposta haver um inquérito que os homens ( com h pequeno) deviam responder para saber se estavam impossibilitados para o cargo? Se realmente ele já estava metido em porcaria, então não devia ter avançado..
Agora que já montou o esquema todo até agradece não estar mais vinculado ao estado, é só mamar assim!
exacto.
Também pensei nisso
Agora que as empresas já estão criadas e a lei aprovada, o que se segue? As empresas continuarão a sua actividade beneficiando da nova lei? O senhor sofrerá alguma consequência pelos seus actos claramente descarados? Haverão queixas?