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FMI não acredita que negociações com Grécia estejam a funcionar

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Vladimir Vyatkin / Wikimedia

Poul Thomsen, diretor europeu do FMI

O diretor europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), Poul Thomsen, alertou o conselho executivo da entidade que as negociações com a Grécia “não estão a funcionar” e que não está a ver uma conclusão bem sucedida das negociações de pagamento da dívida. 

Os parceiros europeus da Grécia deram até 20 de abril para apresentar uma lista de reformas aceitáveis, em troca da última fatia do seu programa de assistência financeira, no montante de 7,2 mil milhões de euros.

Poul Thomsen “não vê como será possível concluir” a avaliação que está pendente e acredita que não será possível chegar a um acordo nos próximos dias, pelo que o prazo dado pelos credores não será cumprido. Thomsen afirma ainda que as autoridades gregas continuam a não facultar ao FMI todos os dados pedidos pelos credores, para que estes possam avaliar o verdadeiro estado das contas públicas gregas.

Os credores querem conhecer a situação exata não só da execução orçamental grega, mas também da tesouraria pública, que há várias semanas está a recorrer a operações de curto prazo a partir dos excedentes de hospitais, universidades e fundos de pensões para cobrir as despesas do Estado

O Financial Times citou esta segunda-feira uma fonte do governo grego que terá referido que “Chegámos ao fim da linha (…) se os europeus não desbloquearem dinheiro do resgate, não haverá alternativa”. No entanto, Atenas já veio desmentir a notícia do Financial Times de que a Grécia estaria a preparar-se para declarar bancarrota.

A Comissão Europeia concorda que ainda há muito a fazer: “Neste momento, as discussões estão a acelerar, mas falta-nos tempo. Ainda há muito trabalho a fazer até 20 de abril, que é mais ou menos a data preliminar à qual a Grécia deve apresentar uma lista de reformas”, declarou o vice-presidente da Comissão Europeia com o pelouro do euro, Valdis Dombrovskis, à cadeia Bloomberg TV.

O tema vai estar no centro das discussões na reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, em Riga, capital da Letónia, em 24 de abril, poucos dias depois do prazo dado à Grécia.

“Vai ser uma boa ocasião para fazer o balanço”, comentou Dombrovskis, sem especificar se na altura haverá decisões sobre aquele pagamento. “Isso vai depender do avanço das negociações técnicas”, destacou.

Dentro da Comissão Europeia, o antigo primeiro-ministro letão é defensor de uma linha dura perante a Grécia. “Não é um segredo que as negociações são muito difíceis e que há um certo número de comentários que não ajudam”, acrescentou, desejando “chegar a um resultado positivo” no quadro das negociações com Atenas.

Na passada quinta-feira, pelo contrário, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, manifestou-se “muito confiante” na possibilidade de alcançar um acordo até 24 de abril.

ZAP / Lusa

3 Comments

  1. Promessas eleitorais que não podem ser cumpridas dá nisto. Não é novidade que os gregos nunca iriam cumprir o que prometeram, porque pura e simplesmente não têm dinheiro.

    • Em política sempre valeu tudo… Vendedores de estilos de vida, desenhadores de promessas que percebem o povo sequioso – Marketing político
      Em Portugal mantém-se nas fileiras um ex-governante que tem estilo de vida com gastos 4 vezes superior ao que financeiramente lhe era possível… Segundo o 11º juíz que interveio no processo…
      Inaceitável a falta de honestidade intelectual da oposição – Ressalvo o discurso de A.Costa à plateia de chineses

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