Haverá médicos que são obrigados a trabalhar durante mais de 24 horas seguidas, sem terem um dia de folga. O alerta é dado pelo Sindicato Independente dos Médicos, que diz ter recebido várias queixas de profissionais de saúde que se dizem cansados.
“Há conselhos de administração que não estão a permitir o descanso compensatório aos médicos, obrigando-os a trabalhar mais de 24 horas seguidas”, denuncia o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, em declarações ao Correio da Manhã.
Este sindicalista aponta que este tipo de situação se verifica “em várias unidades, como no serviço de Anestesia do Hospital de São José, no Departamento de Cirurgia do Hospital de São João e no Instituto Português de Oncologia do Porto“, conforme cita o mesmo jornal.
Roque da Cunha avisa que este tipo de situação constitui um risco crítico para os doentes, já que os médicos, estando fatigados, não conseguem prestar um serviço de assistência com a qualidade desejada.
O elemento do Sindicato Independente dos Médicos compara o estado dos médicos obrigados a trabalharem tantas horas sem descanso ao consumo de álcool.
“Está comprovado cientificamente que existe um risco equiparável ao estado de embriaguez, mas algumas administrações teimam em não permitir o descanso compensatório que não é um direito do médico mas um dever que este tem para com os doentes”, salienta Roque da Cunha no Correio da Manhã.
ZAP