Io, a lua de Júpiter conhecida pela sua intensa atividade vulcânica, não possui um oceano de magma sob a sua crosta externa.
A intensa atividade vulcânica de Io é atribuída às forças de maré produzidas pela interação gravitacional com Júpiter. A força gravitacional do planeta varia ao longo da órbita elíptica de Io, deformando a lua e produzindo calor interno.
Os cientistas acreditavam que essa energia era suficiente para derreter o interior da lua, formando um oceano de magma sob a superfície.
Para o testar, a equipa mediu a deformação de maré de Io durante dois sobrevoos recentes da sonda Juno e, ao combinar os dados com observações históricas, conseguiu calcular a extensão da deformação sofrida pela lua.
Segundo a Forbes, os resultados não correspondem ao que seria esperado se houvesse um oceano de magma sob a superfície, isto porque a deformação é muito mais pequena, um indício de que Io possui um manto predominantemente sólido.
Esta descoberta indica que as forças de maré nem sempre criam oceanos de magma, um dado que pode pode ser relevante para o estudo de outras luas com atividade vulcânica, como Enceladus e Europa, que orbitam Saturno.
É verdade que a presença de um oceano de magma raso foi descartada, mas os cientistas não excluem a possibilidade de haver regiões de magma em maiores profundidades. Ainda assim, serão necessárias outras missões e observações para confirmar esta hipótese.
O artigo científico foi publicado, este mês, na Nature.