“Estou farta: quero que o Ventura vá à fava. Não se pode falar de certos assuntos por causa dele”

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António Cotrim / Lusa

Montenegro falhou por ter falado sobre segurança às 20h, ou os Governos anteriores falharam por não terem falado sobre segurança às 20h?

O Governo liderado por Luís Montenegro acrescentou, na mesma semana, dois momentos que ficam na lista dos mais marcantes do seu primeiro ano de mandato.

Um foi protagonizado pelo ministro da Educação, que admitiu que anunciou números errados sobre os alunos que não têm pelo menos um professor. Fernando Alexandre já nem acredita nos números da DGEstE.

O outro, na véspera, foi protagonizado por Luís Montenegro, que anunciou um investimento de 20 milhões de euros para comprar 600 veículos para PSP e GNR. Tudo para que Portugal continue a ser um dos países mais seguros.

O assunto é pertinente, não está em causa. O que foi questionado foi a hora do anúncio: 20h. É a “hora dos telejornais”, quando se costuma anunciar alguma demissão no Governo, uma medida económica importante para os portugueses, ou outra decisão muito importante para o país.

Na análise a esse momento, José Manuel Fernandes começa logo por dizer que “André Ventura deve ter agradecido, é o grande vencedor”.

O comentador político disse que o primeiro-ministro até se tem destacado (pela positiva) por ser mais discreto do que Marcelo Rebelo de Sousa ou António Costa, mas desta vez veio abordar uma “sensação de insegurança explorada pelo Chega e diz que vai tratar disso”.

“André Ventura consegue dominar a agenda política e mediática, com os temas que ele colocou na agenda. E com a centralidade que outros partidos lhe dão porque, sempre que alguma coisa acontece, alguém diz que isto é feito por causa do Chega”, acrescentou na rádio Observador.

Segundos depois, Helena Matos teve uma reacção curiosa: “Olha, eu quero que o André Ventura vá à fava! Estou farta, absolutamente farta, de não se poder falar de determinados assuntos porque isso favorece o André Ventura. Isto levou-nos a um disparate absoluto!”.

Em relação ao discurso de Luís Montenegro, a comentadora admite que o primeiro-ministro poderia ter falado a outra hora, mas destaca que esta terá sido a primeira comunicação a este nível, de um primeiro-ministro, sobre segurança.

“A única coisa a lastimar nisto é que, antes, nenhum primeiro-ministro tenha feito o mesmo. Deixou-se ficar esse assunto para quem queria falar dele. Se calhar deveríamos ter feito uma conferência de imprensa sobre segurança há alguns anos”, apontou.

Helena Matos avisa que a segurança ocupa lugar diferente nas prioridades de cada um. E colocou-se no lugar de quem vive em zonas menos seguras: “Se eu vivesse na Reboleira, na Venda Nova, ou muito próximo do Zambujal, talvez tivesse querido ouvir o primeiro-ministro”.

ZAP //

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1 Comment

  1. Esses “doentes” defendem tanto que Portugal não seja influenciado por culturas e costumes de outros povos, mas não veem que fazem as mesmas parvanices que os seus simpatizantes de outras terras, promovendo-os ao ridículo.
    Seja trupetista, orbanistico ou bostonaro TODOS fazem as mesmas papagaiadas e sempre tem um imitador para servir de chacota de quem tem um pingo de massa cinzenta.

    Editar – 

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