O candidato derrotado nas eleições gerais de Moçambique, Venâncio Mondlane, apela à continuação do “panelaço” nos protestos que se têm feito ouvir, ruidosamente, no país e que já causaram dezenas de mortes.
A plataforma eleitoral “Decide” revelou que morreram 22 pessoas em três dias de manifestações em Moçambique, contra os resultados das eleições de 9 de Outubro. Houve ainda 23 pessoas baleadas e 80 detidos.
Mas a contagem dos mortos já vai em mais de 60 desde o início dos protestos que começaram logo que foi anunciada a vitória de Daniel Chapo, candidato presidencial apoiado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), o partido que está no poder desde a independência do país.
Moçambique viveu sexta-feira o terceiro dia da denominada “terceira fase” da quarta etapa de paralisações e manifestações de contestação dos resultados eleitorais convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane que nega a vitória de Daniel Chapo com 70,67% dos votos.
Mondlane disse que vai divulgar na terça-feira uma nova fase de protestos, insistindo que os protestos são para manter “até que seja reposta a verdade eleitoral”.
“Panelaço” pela “libertação de Moçambique” da Frelimo
O candidato apela, assim, à continuação do “panelaço” que tem deixado várias cidades moçambicanas mergulhadas num barulho ensurdecedor – um ruído que não deixa calar a revolta num momento que alguns definem como de “libertação de Moçambique” após quase 50 anos de poder da Frelimo.
Muitos moçambicanos têm-se manifestado com panelas, apitos, bidões e cânticos nas ruas, com apelos a uma “revolução“.
🚨 | Panelaço na Julius Nyerere 🇲🇿🙏🏽#FreeMozambique 15.11.2024 pic.twitter.com/YJ3uCgZQzP
— POVO NO PODER 🇲🇿 (@_ciizo) November 15, 2024
A Comissão Nacional Eleitoral de Moçambique anunciou que Mondlane ficou em segundo lugar na votação, com 20,32% dos votos. Mas o candidato não reconhece os resultados que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Este Conselho não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.
ZAP // Lusa
Que pena Moçambique ter copiado pela Venezuela. Os moçambicanos estão fartos destes ladrões ditadores. Ao fim de 50 anos e não querem largar o tacho.