Panelas pela “libertação” de Moçambique. Há dezenas de mortes e um barulho ensurdecedor

Luisa Nhantumbo / EPA

Polícia de Moçambique e manifestante durante protestos contra o resultado das eleições de Outubro de 2024.

Polícia de Moçambique e manifestante durante protestos contra o resultado das eleições de Outubro de 2024.

O candidato derrotado nas eleições gerais de Moçambique, Venâncio Mondlane, apela à continuação do “panelaço” nos protestos que se têm feito ouvir, ruidosamente, no país e que já causaram dezenas de mortes.

A plataforma eleitoral “Decide” revelou que morreram 22 pessoas em três dias de manifestações em Moçambique, contra os resultados das eleições de 9 de Outubro. Houve ainda 23 pessoas baleadas e 80 detidos.

Mas a contagem dos mortos já vai em mais de 60 desde o início dos protestos que começaram logo que foi anunciada a vitória de Daniel Chapo, candidato presidencial apoiado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), o partido que está no poder desde a independência do país.

Moçambique viveu sexta-feira o terceiro dia da denominada “terceira fase” da quarta etapa de paralisações e manifestações de contestação dos resultados eleitorais convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane que nega a vitória de Daniel Chapo com 70,67% dos votos.

Mondlane disse que vai divulgar na terça-feira uma nova fase de protestos, insistindo que os protestos são para manter “até que seja reposta a verdade eleitoral”.

“Panelaço” pela “libertação de Moçambique” da Frelimo

O candidato apela, assim, à continuação do “panelaço” que tem deixado várias cidades moçambicanas mergulhadas num barulho ensurdecedor – um ruído que não deixa calar a revolta num momento que alguns definem como de “libertação de Moçambique” após quase 50 anos de poder da Frelimo.

Muitos moçambicanos têm-se manifestado com panelas, apitos, bidões e cânticos nas ruas, com apelos a uma “revolução“.

A Comissão Nacional Eleitoral de Moçambique anunciou que Mondlane ficou em segundo lugar na votação, com 20,32% dos votos. Mas o candidato não reconhece os resultados que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Este Conselho não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.

ZAP // Lusa

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