Hospital admite adiar cirurgias após saída de 10 médicos e já ativou plano de contingência. Também os enfermeiros ameaçam abandonar a unidade caso não haja aumentos salariais.
A Unidade Local de Saúde (ULS) do Amadora-Sintra pode ficar reduzida a seis médicos de especialidade.
A notícia da demissão do diretor do Serviço de Cirurgia Geral, Paulo Mira, tinha sido já avançada pela agência Lusa no dia 31 de outubro. De acordo com a agência, os 10 cirurgiões da Unidade apresentaram a demissão devido ao regresso de dois médicos que denunciaram más práticas no serviço em 2023.
Ainda assim, dos 18 casos que foram avaliados por peritos da Ordem dos Médicos e também da Entidade Reguladora da Saúde foi apenas identificada uma “má opção cirúrgica”, contou o Público no ano ano passado.
Contactada pela Lusa, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde garantiu que que, no âmbito das suas competências, “está a trabalhar, conjuntamente com o Conselho de Administração, para encontrar soluções que salvaguardem o atendimento e acompanhamento dos utentes desta ULS”.
A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde afirmou também que, no âmbito das suas competências, “está a trabalhar, conjuntamente com o Conselho de Administração, para encontrar soluções que salvaguardem o atendimento e acompanhamento dos utentes desta ULS”.
Em outubro, escreve o Público, este Hospital servia cerca de 550 mil pessoas e o serviço tinha, naquele momento, 18 especialistas e 13 internos, que podem agora ficar reduzidos a 6 especialistas sem capacidade para formação de novos clínicos.
Enfermeiros exigem fim de “injustiça”
Esta manhã, à porta do Hospital, dezenas de enfermeiros concentraram-se em frente ao Hospital Amadora-Sintra para exigir as mesmas condições salariais dos restantes enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde,.
Os enfermeiros da ULS alertaram que, se isso não acontecer, centenas de profissionais podem deixar a unidade.
Fardados e com cartazes com inscrições como “Cuidem de quem cuida”, “Os enfermeiros do HFF têm razão”, “Sem valorização não há motivação”, os profissionais querem ser abrangidos pelo acordo assinado em setembro entre o Ministério da Saúde e uma plataforma de cinco sindicatos, que prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, conta a Lusa.
Uma enfermeira explicou à agência o que considera ser uma “grande injustiça”: “Em 2027, prevê-se que seja uma diferença no nível base de cerca de 340 euros”. enfatizando que basta os profissionais procurarem emprego em outro hospital do SNS, mesmo ao lado, para terem “uma valorização remuneratória totalmente diferente”.
Há que reintroduzir as PPPs urgentemente.