A esposa do candidato presidencial Donald Trump divulgou um vídeo que reforça o seu apoio ao direito ao aborto — que também defende no seu mais recente livro. Será isto um apoio velado a Kamala Harris?
O vídeo de Melania Trump está a animar as eleições presidenciais dos EUA, até porque a posição que manifesta vai contra aquilo que o marido tem defendido – isto a cerca de um mês das eleições presidenciais dos EUA.
Nas imagens, a esposa de Donald Trump promove o seu novo livro e salienta que apoia a “liberdade individual” das mulheres, um “direito essencial que todas as mulheres possuem desde o nascimento”, constata.
“Porque é que alguém, para além da própria mulher, deveria ter o poder de determinar o que ela faz com o seu próprio corpo? O direito fundamental da mulher à liberdade individual, à sua própria vida, concede-lhe autoridade para interromper a gravidez, se assim o entender”, escreve Melania no livro que será lançado dentro de alguns dias, conforme extractos divulgados na comunicação social.
“Jogada” para atrair o eleitorado feminino?
Donald Trump é visto como o principal responsável pela anulação do caso Roe v. Wade que eliminou as protecções federais ao direito ao aborto, levando vários estados a aprovarem leis restritivas neste âmbito.
Trump diz que falou com Melania sobre esta questão e que lhe disse que ela deveria defender “aquilo em que acredita”. “Ela é muito amada. As pessoas adoram a nossa antiga Primeira Dama”, sublinhou ainda.
E há analistas que consideram que a posição de Melania pode ser uma “jogada” para tentar atrair o voto de mulheres em Trump numa altura em que o seu eleitorado feminino é menor.
Melania tem estado ausente da campanha do marido e terá recebido dinheiro para comparecer num comício.
Kamala ganha vantagem entre as mulheres
Trump tem-se esquivado ao controverso tema do aborto na campanha enquanto Kamala Harris tem colocado o assunto no centro dos seus discursos em estados-chave, culpando Trump pelas restrições impostas.
Isto estará a dar-lhe vantagem junto das eleitoras, nomeadamente nos estados mais indecisos.
“Infelizmente para as mulheres de toda a América, o marido da Senhora Trump discorda firmemente dela e é a razão pela qual mais de uma em cada três mulheres americanas vivem sob a proibição do aborto de Trump, que ameaça a sua saúde, a sua liberdade e as suas vidas”, destaca a porta-voz da campanha de Harris, Sarafina Chitika, em declarações à CNN.