Ataque ucraniano a Kursk “pode causar desastre em grande escala na Europa”

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Stringer / EPA

Civil evacuado da fronteira de Kursk, na estação ferroviária da região fronteiriça invadida pela Ucrânia este mês.

“Kiev começou a preparar um ataque à central nuclear de Kursk”, diz o Kremlin, dias depois da incursão militar ucraniana à região fronteiriça da Rússia: “Ocorreram 21 alertas nas últimas 24 horas”.

A Rússia alertou este sábado a Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA) para o risco que correm as centrais nucleares de Kursk e de Zaporizhia devido a ataques de forças ucranianas.

O diretor da Agência Russa da Energia Atómica (Rosatom), Alexei Likhachev, conversou com o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, tendo-lhe comunicado que “a situação nas duas centrais continua a deteriorar-se”.

Kursk: 21 alertas em 24 horas

Likhachev terá convidado Grossi a visitar a central nuclear de Kursk, localizada perto da cidade de Kurchatov, para “avaliar pessoalmente a situação nas proximidades das instalações nucleares”, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.

A Rosatom informou os responsáveis do organismo internacional que “a sirene de alarme da central nuclear de Kursk é ativada dez a doze vezes por dia e que ocorreram 21 alertas nas últimas 24 horas”.

Zaporizhia: “bombardeamentos diários” em cidades vizinhas

Sobre Zaporizhia, em território ucraniano controlado pela Rússia, a Rosatom alertou sobre “bombardeamentos diários” no território da cidade de Energodar e outras cidades vizinhas.

Moscovo também alertou que as forças ucranianas estão a preparar uma “provocação” nas duas centrais nucleares.

Segundo Alexei Likhachev, “nas últimas 24 horas multiplicou-se o número de mensagens e sinais sobre a preparação desta provocação”.

Essas ações não apenas representam uma ameaça direta às duas instalações nucleares, mas também afetam a segurança nuclear da Europa”, disse.

“Kremlin intensifica mentiras”

Em abril, a central foi atacada após 17 meses de trégua. Moscovo atribuiu a Kiev um ataque ucraniano com drones e vários impactos no interior da maior central nuclear da Europa, sob controlo russo desde março de 2022.

“O Kremlin intensifica mentiras sobre os ataques à central nuclear de Zaporijia”, defendeu-se Kiev — que acredita há muito tempo que é Putin quem quer destruir a central.

A Energoatom também acusa a Rússia — que ocupou militarmente a central em março de 2022 — de transformar a central “numa base militar”

“Desastre em grande escala na Europa”?

A central de Kursk possui quatro reatores nucleares, enquanto a central de Zaporizhia é considerada a maior da Europa, com seis reatores, embora não gere eletricidade desde setembro de 2022.

“De acordo com a informação disponível, o regime de Kiev começou a preparar um ataque à central nuclear de Kursk”, disse a porta-voz do ministério, Maria Zajarova.

A Rússia apelou em particular à ONU e à AIEA para que “condenem as ações provocatórias que o regime de Kiev está a preparar e evitem uma violação da segurança nuclear e física da central nuclear de Kursk que poderia causar um desastre em grande escala na Europa“.

ZAP // Lusa

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