Novo Banco vai pagar 800 milhões a emigrantes com dívida do BES

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O presidente do Novo Banco anunciou nesta segunda-feira que a instituição financeira “tem praticamente resolvida” a solução que vai permitir aos emigrantes receber cerca de 800 milhões aplicados em dívida do Banco Espírito Santo (BES).

Stock da Cunha, que falava em videoconferência com os jornalistas na apresentação dos resultados dos primeiros cinco meses do ano passado, afirmou que “a solução está encontrada” para os cerca de oito mil clientes, mas “tem que se desmontar os veículos para conseguir os ativos subjacentes”, acrescentando que “é um puzzle difícil de desmontar”.

O presidente do Novo Banco referia-se a poupanças aplicadas em veículos criados pelo Credit Suisse, designados comercialmente por Top Renda, EuroAforro e Poupança Plus, maioritariamente detidos por emigrantes portugueses de primeira geração residentes em França e na Suíça.

Em termos geográficos, estes são clientes oriundos das tradicionais zonas de emigração, nomeadamente Trás-os-Montes, Beira e Alto Minho, sendo que, em média, estes clientes tinham no BES 100 mil euros, dos quais 80% investidos nestes produtos.

Qualquer que seja a solução, Stock da Cunha relembrou que o Banco de Portugal “tem de aprovar tacitamente” a operação, sendo que “não pode afetar a liquidez, o capital e a rentabilidade”.

Relativamente aos três mil clientes lesados pelo papel comercial das empresas não financeiras do Grupo Espírito Santo, o presidente do Novo Banco fez questão de sublinhar que não é uma dívida da instituição financeira mas sim de entidades externas, sendo que só o Banco de Portugal pode resolver a questão.

Apesar disso, Stock da Cunha voltou a reafirmar que não vai desistir e que vai “tentar resolver este tipo de situação”, sendo que o Banco de Portugal “foi muito claro ao dizer que não cabe ao Novo Banco pagar”.

“Não sei se conseguimos arranjar uma solução, mas não atiro a toalha ao chão”, frisou, acrescentando que acredita ser “possível arranjar alguma solução para um problema” que não criou, que não é da sua responsabilidade, “mas que é complicado e impacta-nos”.

A 26 de fevereiro, Stock da Cunha já tinha prometido uma solução para breve para os clientes não residentes: “Os emigrantes nossos clientes não têm uma importância menor porque fazem menos barulho. Vamos resolver este problema nos próximos dias e vamos anunciar uma solução e propô-la aos clientes”, afirmou.

/Lusa

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