Pioneira na produção de metanol verde, a European Energy está a construir a primeira fábrica mundial de e-metanol em Kassø, no seu país natal, Dinamarca, e já tem os olhos postos em Portugal — e não só — para replicar o projeto.
Com um investimento inicial de 400 milhões de euros, a fábrica de Kassø, que começa a operar ainda este ano, produzirá até 42 mil toneladas anuais de metanol verde, destinadas a empresas que buscam urgentemente soluções para a descarbonização, como é o caso da Maersk e da Lego.
O projeto da European Energy não só integra a maior central solar do norte da Europa, com mais de 300 MW, como também o maior eletrolisador já construído, com 52 MW, capaz de gerar 6.000 toneladas de hidrogénio verde por ano.
“Ver nascer este projeto é como fazer uma viagem à Lua. É o primeiro deste género em todo o mundo. Temos aqui a maior central solar do norte da Europa, com mais de 300 MW, e o maior eletrolisador de sempre, de 52 MW, construído pela Siemens, que vai gerar 6.000 toneladas de hidrogénio verde por ano”, diz um responsável ao Jornal de Negócios este domingo.
Três cidades portuguesas na mira dinamarquesa
Replicar estes feitos em terras lusas faz parte dos planos da dinamarquesa, graças ao custo energético competitivo e às infraestruturas portuárias eficientes que Portugal oferece. A empresa até já terá estabelecido diálogos com o anterior governo socialista, apesar de ainda não se ter dirigido ao Executivo liderado por Luís Montenegro.
Portugal oferece não só os recursos naturais necessários, como também um ambiente propício à instalação de infraestruturas de grande escala para a produção de energias renováveis. Além disso, a proximidade aos grandes mercados europeus e a estabilidade política e económica são fatores que pesam na balança.
Além de Espanha, Estados Unidos e Brasil, as cidades portuguesas de Aveiro, Figueira da Foz e Setúbal estão no radar da empresa como possíveis locais para a futura fábrica, que promete duplicar a capacidade e o investimento do projeto dinamarquês.
A escolha do local está estrategicamente ligada à disponibilidade de CO2 biogénico, essencial para a produção de e-metanol, e já estarão em curso negociações com grandes papeleiras para o assegurar.
Uma delas é a Navigator, uma das maiores produtoras de papel em Portugal estabelecida em Setúbal, que está a avaliar projetos similares que também dependem do CO2 biogénico.
“São projetos distintos, com diferentes tecnologias e potenciais parceiros , sendo que para ambos é essencial o CO2 biogénico que é um subproduto nos nossos processos de produção de pasta”, confessa fonte oficial ao Negócios.
O que é o metanol verde?
Essencial para a indústria química de plásticos e colas e cada vez mais procurado como combustível limpo para navios e aviões, o metanol verde promete ser uma alternativa viável ao metanol produzido a partir de fontes fósseis.
É geralmente produzido a partir de fontes fósseis como carvão, gás natural, dióxido de carbono (CO₂) capturado e hidrogénio obtido pela eletrólise da água, utilizando energia proveniente de fontes renováveis, como o vento, o sol ou a hidroeletricidade. Este CO₂ é depois combinado com hidrogénio para produzir metanol através de um processo catalítico.
Esta abordagem não só ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, mas também oferece uma forma de armazenar energia renovável em forma química, facilitando o seu transporte e armazenamento.
A estimativa é que a procura pelo álcool da madeira cresça a ritmos acelerados: cerca de 250 milhões de toneladas até 2050.
Seis fábricas, seis mil milhões de euros
O investimento previsto para a Península Ibérica poderá ascender a seis mil milhões de euros, com a possibilidade de construir até seis novas fábricas, quatro delas em Espanha. São mil milhões por cada fábrica nova.
Mas a visão da European Energy não se limita, a longo prazo, à produção de metanol. A empresa também planeia investir em biogás e em combustível sustentável para aviação.
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Portugal!? Esqueçam lá isso amigos Dinamarqueses. Por cá não se quer investimento, nem desenvolvimento, nem inovação…. nada! É mais fácil andar de mão estendida na UE à espera do próximo PRR.
Pesquisem lá (e apenas a titulo de exemplo…) «central solar do Cercal, Santiago do Cacém» e vejam bem no que se vão meter.
Nós por cá queremos ter TUDO e não abdicamos de NADA… desde que não seja produzido onde nós vivemos.
Portugal….. Estes Dinamarqueses têm sentido de humor.