Para salvar as vidas dos soldados e evitar perdas. Motivo do cancelamento da viagem a Portugal não foi revelado.
O Exército ucraniano anunciou terça-feira à noite que retirou forças de “certas zonas” da frente da região de Kharkiv, no norte, onde a Rússia lançou uma nova ofensiva a 10 de maio.
“Em certas áreas, perto de Lukiantsi e Vovchansk, em resposta ao fogo inimigo e a um ataque de Infantaria, as nossas unidades manobraram para posições mais favoráveis, a fim de salvar as vidas dos nossos soldados e evitar perdas. A batalha continua“, afirmou o Estado-Maior ucraniano nas redes sociais.
Em Vovchansk, a maior cidade a ser atacada pela atual campanha russa, a situação é “crítica“, admitiu na terça-feira o chefe da administração militar local, Tamaz Gambarashvili, referindo-se aos “bombardeamentos constantes” e aos combates “nos arredores da cidade”.
Segundo o Estado-Maior do Exército ucraniano, a Rússia está a obter “êxitos táticos” e cerca de 30 aldeias estão sob fogo.
Cerca de sete mil pessoas foram retiradas dos locais que habitavam devido aos ataques.
Por outro lado, a Ukrenergo, a empresa pública de eletricidade da Ucrânia, anunciou aos consumidores que vai interromper hoje, durante determinados períodos de tempo, o fornecimento de eletricidade a particulares e empresas em todas as regiões do país, devido ao défice criado pelos últimos ataques russos.
A empresa já efetuou cortes controlados na noite de terça-feira para reduzir o consumo de eletricidade.
Desde 22 de março, a Rússia lançou cinco grandes ataques com mísseis e ‘drones’ contra as infraestruturas elétricas ucranianas, destruindo grande parte da capacidade de produção.
O setor da eletricidade ucraniano está a trabalhar sem parar para reparar os danos causados e desenvolver novas formas de produção, com o objetivo de evitar os apagões que deixaram milhões de ucranianos sem energia durante semanas no outono de 2022.
Visitas canceladas
O Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky cancelou a visita a Madrid marcada para sexta-feira, viagem que tinha também paragem prevista em Portugal, adiantaram hoje fontes da Casa Real espanhola à agência Efe.
O Palácio da Zarzuela não explicou os motivos do cancelamento da visita, que ia ser a primeira visita bilateral de Zelensky a Espanha e na qual estava previsto um encontro com o chefe do Governo, Pedro Sánchez, para assinar um acordo de segurança.
Fontes diplomáticas citadas pela Efe salientaram que a viagem do Presidente da Ucrânia, que ia incluir Portugal, se deve à complexa situação que este país atravessa face à ofensiva russa após mais de dois anos de guerra.
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, tinha confirmado que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal estava “a ser preparada”, sem adiantar mais pormenores sobre a data ou programa da deslocação.
ZAP // Lusa