Esta segunda-feira, depois de críticas do Bloco de Esquerda (BE) e por não se poder defender naquele momento, Rui Moreira abandonou, temporariamente, a Assembleia Municipal do Porto.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira e os vereadores do movimento independente abandonaram temporariamente a sessão da Assembleia Municipal, desta segunda-feira, após críticas do BE, que foram consideradas um “ataque ao executivo”.
A saída de Rui Moreira e dos vereadores do movimento independente surgiu após críticas da deputada Susana Constante Pereira, do BE, à relação entre a câmara municipal e a assembleia, no âmbito das consultas públicas.
Dando como exemplo o regulamento dos animadores de rua e as afirmações feitas pela vereadora com o respetivo pelouro de que as forças políticas não se tinham pronunciado, a deputada do BE disse estar preocupada “com o que se entende por consulta pública”.
“O espaço de participação das forças políticas não é o mesmo espaço dos cidadãos”, referiu, acrescentando que “apontar falhas às forças políticas por não participarem neste contexto é uma visão deturpada da democracia local“.
Rui Moreira não gostou
Após a intervenção, Rui Moreira levantou-se, dizendo que foi preconizado “um ataque” ao executivo, que, naquele período não se pode defender.
À semelhança de Rui Moreira, os restantes vereadores do movimento independente levantaram-se e saíram da sala.
O executivo só retomou à reunião quando terminado o período de intervenções das forças políticas, tendo, entretanto, o presidente da câmara tomado da palavra para demonstrar desacordo com o sucedido.
“O tempo dos partidos deve ser feito para fazer declarações políticas e não para desafiar o executivo, que não pode intervir”, declarou Rui Moreira.
Doravante, sempre que for o tempo dos partidos, o executivo sairá porque nós não somos sacos de boxe“, continuou o autarca, acrescentando que, “se as forças políticas entendem que o tempo é para questionar e contestar a ação do executivo, não podemos fazer outra coisa que não sair“.
Assembleia veta memorial do 25 de Abril
A Assembleia Municipal do Porto rejeitou, por maioria, uma recomendação do PS para que fosse criado um memorial, monumento, escultura ou instalação artística como marco dos 50 anos do 25 de Abril, “num espaço emblemático da cidade”.
A recomendação, apresentada na sessão que decorreu na segunda-feira à noite, foi rejeitada com os votos contra do movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, PSD e Chega, e os votos a favor do PS, CDU, BE e PAN.
“A celebração dos 50 anos de Abril teve o seu coroamento na maré de pessoas que confluiu nalgumas artérias da cidade e desaguou em peso na Praça da Liberdade, no dia 25 de Abril de 2024. Nesse dia, a adesão entusiástica dos mais jovens demonstrou que apesar de serem legatários de uma Revolução na qual não participaram, a reconhecem como sua, perfilhando o seu valor fundacional e as inquestionáveis conquistas cívico-políticas, sociais e culturais que propiciou“, lê-se na recomendação socialista a que a Lusa teve acesso.
Pelo movimento independente, o deputado Raul Almeida afirmou que a cidade já detém dois topónimos do 25 de Abril, uma alameda e uma avenida, e defendeu que “o elogio ao 25 de Abril se faz na rua”.
ZAP // Lusa