Entre o “diabo à solta” e um Parlamento afundado, o líder do Chega estará a cometer um erro que lhe pode sair caro nas próximas eleições legislativas.
Primeiras horas na nova legislatura, primeira “bronca”.
O impasse que se verificou na semana passada, a demora na eleição do presidente da Assembleia da República, teve um foco: o Chega. Sobretudo o seu líder André Ventura, que anunciou que iria viabilizar a eleição de Aguiar-Branco. Não o fez.
No momento da não eleição, foram visíveis os olhares de lado, surpreendidos e desiludidos, nas duas primeiras filas da bancada parlamentar do PSD – todos na direcção de Ventura.
Logo a seguir, o presidente do Chega justificou-se. Disse que dirigentes e responsáveis da AD “apressaram-se falsamente a desmentir” esse entendimento para eleição de Aguiar-Branco e de um vice-presidente do Chega para a Assembleia – algo que se concretizou mais tarde.
Ainda falou em Paulo Rangel e Nuno Melo (que viria a explicar que não houve acordo com o CDS) mas, tal como no caso das “forças vivas”, não disse mais nomes.
“Para ser confiável, André Ventura só tem de revelar os nomes. Do PSD, bem entendido, e da sua parte. E cada um que diga como foi, o que combinaram e por que correu mal. Isto é o Diabo! Hilariante e uma palhaçada“, reage Luís Delgado na revista Visão, onde avisa que há um “diabo à solta” na Assembleia da República.
Alexandre Borges acha que o futuro de Portugal está nas mãos de um “menino birrento” e acrescenta, no jornal Observador, que o Chega “mostrou a sua face, para quem ainda não a tivesse percebido: a do puto rufia que pontapeia a bola do jogo para o sítio desagradável mais velho e diz: “ai, não me passam a bola? Então, ninguém brinca””.
No mesmo jornal, João Pedro Marques vê em Ventura “um actor político no sentido literal da expressão. Muito hábil nas artes histriónicas, faz da vitimização e do estardalhaço os seus principais trunfos”.
Luís Pedro Nunes avisa que um partido “imprevisível” como o Chega pode originar “caos na governança”. E prevê outros episódios semelhantes, já nos primeiros dias do novo Governo.
O comentador reforçou na SIC Notícias que André Ventura “não tem palavra, e usa a linguagem do século XXI, onde a verdade já não conta”.
Mas deixou um aviso ao “eufórico” André Ventura: “Está a cometer um erro – considera que aqueles 1.1 milhões de eleitores estão num tupperware no frigorífico e que não saem; que estão ganhos, que não os perde. E acha que quem votou no Chega vai aceitar que ele seja primeiro-ministro. Não é verdade”.
Quando se sai fora do “sistema” não há nada a fazer.
Os comentários sobre o Chega e o André Ventura continuam a ser pouco isentos.
Se for mentira, corrijam-me.
O Ventura. no dia 25 afirmou que havia um acordo entre a AD e o Chega para a eleição de Presidente e Vice-Presidentes da AR.
No dia 26, como o “não-é-não”, tanto Rangel como Nuno Melo, antes da votação, foram categóricos a dizer que não havia nenhum acordo (como sempre uns medrosos que não assumem as coisas).
Assim sendo, o Chega e Ventura não cumpriram o acordo que conforme foi “gritado” bem alto pela AD, não havia.
Quem faltou à palavra?
Quem não é coerente?
Sejam imparciais na análise.
O André Ventura pode ser acusado de muita coisa e faz muita asneira (de facto não é o único) mas neste caso!
O OMO lava mais branco o Nuno Melo e oo Rangel porque são do “sistema”?
(não partilho ideologias de direita muito menos de extrema-direita, tenho muitas e boas razões)
JPS,
pela linguagem creio ter percebido que, nem tú próprio sabes de que lado estás, isto a avaliar pela forma categórica que afirmaste ao confirmar que havia acordo entre AD e chega, dá a sensação que fizeste parte desse tal acordo.
Pois, mas publicar isso não prejudica o Chega…
JPS, foi por isso tudo que o bobby tilly apagou os videos todos, certo?
A cada dia que passa começo a gostar mais de vos ver em todo o lado. O circo que estão a montar será a causa principal da vossa queda e a redução a uns 10/15% já em Junho, até desaparecerem estilo PCP.
Nunca passarão dos palhaços do circo! Bem hajam. E continuem…
O André Ventura procedeu muito bem! Considerando o comportamento dos sociais-democratas, seria incoerente esperar outro desenvolvimento. Os apoiantes do CHEGA concordam com o sucedido, que demonstrou que o Líder do Partido é Pessoa Muito Ponderada e Responsável.
Aquilo que mais preocupa a oposição é o facto de André Ventura, sozinho, ser muito superior àquilo que são todos eles juntos. O CHEGA é uma Luz ao Fundo do Túnel para quem valoriza a credibilidade e a transparência!
Este texto foi publicado a 1 de Abril e é sem dúvida adequado à data.