Se o PS ganha as eleições, (parece que) não haverá primeiro-ministro

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ZAP // José Sena Goulão / Lusa

A julgar pelo que foi dito na campanha eleitoral e nos dias seguintes. Todos à espera dos votos dos emigrantes (menos Marcelo).

Esta segunda-feira é o dia em que começam a ser contados os votos dos emigrantes, nas legislativas 2024.

Nas eleições legislativas mais imprevisíveis de sempre em Portugal, esta é a primeira vez em que os círculos eleitorais fora do país podem mudar o vencedor.

A contagem prolonga-se durante três dias, até quarta-feira, dia em que ficaremos a saber se os quatro deputados que faltam vão tirar a vitória à AD e virar o resultado final a favor do PS.

É pouco provável. Aliás, o PS – que ganhou 3-1 ao PSD, há dois anos – até pode perder algum deputado para o Chega. Mas, na maior incógnita de sempre, também estes resultados são uma incerteza.

E se o PS vencer?

Ninguém vai aceitar ser primeiro-ministro. Nem Luís Montenegro, nem Pedro Nuno Santos.

Isto a julgar pelo que foi dito, quer na campanha eleitoral, quer nos dias seguintes às eleições.

Luís Montenegro assegurou que só seria primeiro-ministro de Portugal se a AD vencesse as eleições. Ficar em segundo, mesmo com maioria à direita (cenário que ainda pode acontecer), não chega.

Pedro Nuno Santos nunca disse isso mas, já depois das eleições, surgiu a garantia de fonte do PS: os socialistas não vão formar Governo mesmo que ganhem as eleições. Porque a direita terá sempre maioria no Parlamento, isso já está confirmado. Esta postura contraria a opinião de Alexandra Leitão, coordenadora do PS, que na TSF defendeu um Governo socialista caso haja reviravolta na emigração.

Ou seja, ainda que com pouca probabilidade, há a possibilidade de os dois líderes mais votados – Montenegro e Pedro Nuno – não aceitarem liderar o próximo Governo.

Marcelo “cheio de pressa”

No meio desta incerteza, Marcelo Rebelo de Sousa teve uma certeza: avançou para os encontros com os líderes dos partidos, mesmo sem ter a certeza de quem vai ganhar as eleições.

Rui Tavares já tinha dito publicamente que estes encontros deveriam acontecer mais tarde. “É uma questão de respeito para com os votos dos nossos cidadãos portugueses lá fora, justifica-se que venhamos a ter outras audiências, essas sim as constitucionais para indigitação de primeiro-ministro após os resultados finais eleitorais”. Porque os votos dos emigrantes não são “de segunda”, acrescentou o líder do Livre.

Bagão Félix defendeu o presidente da República: “A nossa lei e o nosso enquadramento eleitoral são muito arcaicos, demoram muito tempo. Portanto, o presidente da República está a ganhar tempo. Andamos numa situação provisória há meses”

As críticas voltaram na SIC Notícias, onde o jornalista Carlos Vaz Marques descreveu um Marcelo “cheio de pressa”, numa decisão “tão pouco institucional”. Ricardo Araújo Pereira acrescentou que os eleitores emigrantes já se sentiam desrespeitados e agora fica a ideia: “Vamo-nos borrifar nos votos dos emigrantes. Que se lixe”, defendendo que seria de bom senso esperar por todos os votos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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7 Comments

  1. Todos os votos , de residentes Nacionais deveriam ser contabilizados no mesmo Dia que os votos oriundos da Emigração que deveriam poder votar com antecipação , seria un escrutínio mais fiável !

  2. A comunicação social está obcecada com o voto dos emigrantes porque será? Medo do ps perder? Medo de perderem o tacho? Nunca vi tanto interesse nos votos dos emigrantes, mas olhem o ps vai perder memo…..

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  3. O Presidente da República é um dos responsáveis e vai ficar com a batata quente na mão e todos nós vamos ficar prejudicados é os políticos que temos no País infelizmente.

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  4. Nunca esquecer que os partidos ganham e perdem com os votos que os eleitores lhes atribuem. Sejam de esquerda ou de direita. Porque raio hei-de respeitar a “porcaria” mesmo que tenha maioria? Porque quem vota são pessoas, e essas têm de ser respeitadas, nem que a decisão de votar esquerda ou direita dê um resultada de M.E.R.D.A. ( Movimentos da Esquerda Ranhosa ou Democrata Atachada).

  5. Que prejuízo? Eu recebo do meu trabalho. Não é o presidente nem o governo esquerda ou direita quem me sustenta. Logo não há prejuízo nem benefício. Já para quem vive á custa do Povo trabalhador e do tacho, para esses poderá haver, repito poderá, mas não é certo.

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  6. Todos nós sabemos quem é que está com medo que não se confirme a vitória anunciada…
    Só um pa-te-ta (ou alguém desesperado à espera de tacho) é que pode achar que o medo é do PS quando o próprio Pedro Nuno Santos afirmou logo na noite de dia 10 e clarinho como água que não governava mesmo que vencesse as eleições.

    É preciso não ter noção nenhuma do ridículo…

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