Bagão Felix: o “não é não” de Montenegro fez sentido na campanha; o contexto mudou

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António Bagão Félix

O novo Governo estará em “minoria absoluta”, descreve o antigo ministro, que acrescenta: “Há e não há almoços grátis”.

Luís Montenegro assegurou, depois das eleições na Madeira, que o PSD não iria assinar um acordo pós-eleitoral com o Chega para formar Governo. Na Madeira ou noutro contexto qualquer.

Primeiro, na noite das eleições, disse que o PSD não precisaria desse acordo; poucos dias depois, repetiu que nunca integraria o Chega num acordo.

Ficou famosa a frase “não é não” – mas isso foi na campanha eleitoral. Agora o contexto é outro.

A ideia é defendida por Bagão Félix, na Antena 1, rádio que avança que o ex-ministro acha que a AD não deve ter medo de negociar com o Chega.

“No ambiente eleitoral tem que se dialogar. Como, aliás, António Costa fez no seu primeiro Governo”, analisou.

O antigo ministro das Finanças descreveu o novo Governo como um Governo de “minoria absoluta” e esse contexto “exige” uma maior capacidade de diálogo – numa fase em que deverá haver muitas negociações à esquerda e à direita.

Depois, um quase enigma: “Numa negociação não há almoços grátis, mas também não há não almoços grátis”.

Bagão Félix defende que a responsabilidade de, eventualmente, não se formar um Governo estável não é só de quem governa; também é de quem não governa e dos “obstáculos” que podem criar.

Em relação ao facto de Marcelo Rebelo de Sousa já estar a ouvir os líderes dos partidos, ainda antes de serem contados os votos dos emigrantes (que podem dar vitória ao PS), Bagão Félix concorda com o presidente da República.

É que, em Portugal, estes processos demoram muito: “A nossa lei e o nosso enquadramento eleitoral são muito arcaicos, demoram muito tempo. Portanto, o presidente da República está a ganhar tempo. Andamos numa situação provisória há meses”, recordou.

ZAP //

4 Comments

  1. Incrível. Com exemplos destes, impossível acreditar nos políticos. Fazem de tudo para se descredibilizar a eles próprios de forma a que o outro chegue ao poder. Incrível. É ou não é homem de palavra ?

  2. Então , quando o Ventura , qualificou de prostituta o PSD , talvez tivesse razão . A palavra dada , é por natureza palavra honrada ! … , mas sabemos quem o Sr. é e o que foi !

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