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Efeito ricochete: Mesmo sancionadas, China e Rússia podem ficar a rir-se

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Xinhua / EPA

O presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin

Os Estados Unidos da América (EUA) estão a castigar países como a China e a Rússia, com um número elevado de sanções. Ainda assim, no meio de tanta medida, os próprios norte-americanos são quem mais pode sair a perder.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou esta sexta-feira centenas de novas sanções para garantir que o seu homólogo russo Vladimir Putin “pague um preço ainda mais elevado” pela repressão a opositores e pela invasão da Ucrânia.

“Se Putin não pagar o preço pela morte e destruição que está a causar, vai prosseguir”, avisou Biden, num comunicado que assinala dois anos desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

Para punir Putin, a Casa Branca anunciou mais de 500 novas sanções contra “indivíduos ligados à prisão de Navalny” e contra “o setor financeiro russo, a indústria de defesa, as redes de abastecimento e os autores de sanções de evasão, em vários continentes”.

Os Estados Unidos também adotaram novas medidas restritivas às exportações “contra quase 100 entidades que fornecem apoio secreto à máquina de guerra russa”.

“Estamos a tomar medidas para continuar a reduzir as receitas do setor energético da Rússia e pedi às minhas equipas que aumentassem o apoio à sociedade civil, aos meios de comunicação independentes e a todos aqueles que lutam pela democracia em todo o mundo”, explicou Joe Biden, no comunicado.

Biden é o recordista das sanções

Os EUA e a União Europeia já aplicaram mais de uma dezena de pacotes de sanções contra a Rússia, desde o início da invasão da Ucrânia.

A administração do Presidente Joe Biden – que termina este ano o seu primeiro mandato e que concorre a um segundo – tem sido o recordista desta estratégia.

Segundo números do Departamento de Tesouro norte-americano, Biden impôs o dobro das sanções do seu antecessor o republicano Donald Trump, e o triplo do democrata Barack Obama.

Não foi apenas o número de sanções que aumentou exponencialmente, mas também a monitorização da sua aplicação, que passou a ser vigiada de forma mais próxima, com recurso a aplicação de pesadas multas sempre que eram violadas.

As sanções vão desde a proibição de exportações de armas, controlo de uso de tecnologias, proibição de entrada em território norte-americano, congelamento de ativos ou restrições na atribuição de vistos.

Mas não é só contra a Rússia

A Rússia não está sozinha a “levar” com as sanções levadas a cabo por Joe Biden, que também tem castigado a China.

Segundo números de várias organizações internacionais, desde os anos 1990, duas em cada três sanções económicas a nível global foram impostas pelos EUA.

Nos últimos anos, principalmente pela mão do atual Presidente Joe Biden, os EUA intensificaram a sua política de medidas restritivas, como retaliação por violações de direitos humanos, fomento do terrorismo, tráfico de droga, entre outras atividades consideradas danosas dos interesses norte-americanos.

De acordo com Tim Beal, especialista em Relações Internacionais, os Estados Unidos usam as sanções como “instrumento de coerção” e têm intensificado essa estratégia, muitas vezes de forma unilateral, junto de países com regimes políticos classificados como adversários ou inimigos, incluindo Cuba, China, Irão, Coreia do Norte e Rússia.

No ano passado, os alvos fizeram crescer a lista de sancionados (pessoas e organizações) em 5.500 e centraram-se sobretudo na Rússia – em grande parte, ainda por causa da invasão da Ucrânia iniciada em 2022 – e na China, considerada pela Casa Branca como “o principal inimigo” dos interesses norte-americanos.

Contudo, os russos e os chineses podem vir a rir-se do efeito “ricochete” que as sanções podem provocar aos próprios norte-americanos.

China e Rússia podem ficar a rir-se

Este tipo de medidas nem sempre consegue os efeitos desejados e, algumas vezes, acabam mesmo por prejudicar os interesses norte-americanos.

Vários analistas temem, por exemplo, que o dólar perca força, na medida em que os países e organizações afetadas sanções acabam por procurar outros mercados e outras moedas.

Num recente relatório, o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos reconheceu que algumas das medidas restritivas contribuíram para o fenómeno classificado como “desdolarização”.

Isso aconteceu quando, por exemplo, a Rússia e a China criaram mecanismos de transação internacional que contornam as limitações impostas pelos norte-americanos, como o Sistema de Transferências de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em inglês) ou o Cross-Border Interbank Payment System (CIPS).

Alguns analistas chamam a atenção para os movimentos que têm sido criados no interior de organizações como o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), que procuram usar as suas próprias moedas como forma de transação, quando alguns dos seus países começaram a ser mais afetados pelas sanções norte-americanas.

A postura “muito dura” da Casa Branca também está a ser criticada por várias organizações de defesa dos direitos humanos, que acusam os Estados Unidos de descurarem os interesses humanitários, quando as suas sanções afetam a população mais vulnerável dos países afetados, como acontece com Cuba.

ZAP // Lusa

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10 Comments

  1. O “Expresso”, alimentado por heterónimos com agenda inconfessavel mas evidente e claríssima, tem criado “fogos” que parecem empoderar, não somente a direita, como a extrema direita, mas que de facto as desmascaram, nas suas acções de criar confusão, para dela se alimentarem.
    Esse jornal, para os mais atentos, caiu em desgraça e descrédito quando, após os incêndios de Pedrogão, publicou uma lista de mortos fictícia, no sentido de potenciar a instabilidade de uma situação, já por si muito crítica e preocupante para todos, pelo que mentiras e atoardas eram perfeitamente dispensáveis.
    A partir daí, não alterou o rumo.
    Aos que ainda permanecem em posição de anestesia ou indiferença deixo o veemente apelo :
    ACORDAI I!!!
    Os sinos já tocam a rebate. É a democracia e o futuro de todos que está em causa e em perigo. A sua defesa passa pela nossa obrigação e compromisso; em 10 de Março é urgente e indispensável a participação de todos, traduzida no voto, forma única de impedir que outros decidam por nós.

  2. Nota:
    O meu comentário acima está deslocado.
    Não sei porquê, já não é a primeira vez, mas vou dar o benefício da dúvida, admitindo o erro como um lapso da minha parte.
    Então, este comentário insere-se na notícia do “Expresso,” com o título “com as garras de fora”, respeitante a uma suposta ameaça por parte dos militares das forças armadas, que considero intencionalmente potenciada, muito principalmente pelo título que, como sabemos, é a parte que goza de maior destaque.
    Sensacionalista, para não variar., confilirne vem sendo possível constatar nesse jornal.

  3. Cara Lucinda, explique-me, que não entendo. “O voto, é a forma única de impedir que outros decidam por nós”? Quando vota, não está dando um cheque em branco ao politico em quem votou?.

  4. Janeka,
    Quanto ao “cheque em branco”, a vida é feita de escolhas. Muitas e variadas.
    Só a vida nos permite ajuizar das escolhas que fazemos.
    Como dizia “a outra”, estar vivo é o contrário de estar morto. E os mortos já não arriscam nada, não é verdade?
    Sempre a considerar.

  5. Eu ainda digo mais que a Lucinda, se a direita ganhar as eleições o mundo acaba logo no dia a seguir e assim passamos a estar todos mortos e já não arriscamos nada.

  6. Vítor,
    Lamento decepcionà-lo, mas informo que essa canalha, a mim já fez o mal que tinha a fazer, e só me pode afetar pelos que me sucederem.
    Talvez o Vítor não possa dizer o mesmo, mas isso é problema seu. Escolha sua.
    Já dizia a minha avó, “a quem morre porque quer, nem por alma se lhe reza”.

  7. E, Vítor,
    como não percebeu, eu explico a mensagem ao Janeka.
    Só os mortos já não arriscam nada.
    Viver é arriscar, interpretar o resultado e manter ou alterar, mas seguir em frente.
    “cheques em branco” fazem parte da nossa existência.
    Umas vezes somos emitentes, outras, receptores.
    Percebeu?
    Desenhos não faço. Nasci com as duas mãos esquerdas.

  8. Portanto, bom bom, é Cuba, Venezuela, Jugoslávia, China e Russia, entre outros, certo?
    Ainda bem que eles são todos de esquerda. Só assim conseguiram prosperar e ser livres.
    LOL

  9. Eu sempre disse que as Sanções só empobrecem a Europa e Fortalecem a Rússia, veja quantas das Sanções já fizeram Mossa na economia da Rússia e quantas sanções já levaram a encerramentos de Empresas e despedimentos na Europa, continuem assim a Fazer Sanções que a Rússia e a China Agradecem enquanto os Europeus vão ficando cada vez piores

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