Falta de combustível privou hospitais de eletricidade e vai obrigar ao corte definitivo das comunicações por internet e telefónicas na próxima quinta-feira. Chanceler alemão opõe-se a cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Todos os hospitais da província de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, deixaram de funcionar, disse esta segunda-feira o vice-ministro da saúde do enclave palestiniano, Youssef Abou Rich, à agência de notícias AFP.
Desde a passada sexta-feira, o cerco das tropas israelitas aumentou em torno dos hospitais, principalmente na cidade de Gaza, que é o centro dos combates. O exército israelita afirma que os hospitais na Faixa de Gaza estão a ser usados pelo Hamas para atacar Israel.
Os hospitais estão agora privados de eletricidade devido à falta de combustível necessário para fazer funcionar os geradores, cuja escassez se deve ao cerco imposto por Israel.
Seis bebés prematuros e nove pacientes em cuidados intensivos morreram devido à falta de eletricidade no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, anunciou também o vice-ministro da Saúde do Governo do Hamas.
De acordo com o relatório diário do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, os últimos ataques causaram danos à área de cuidados de doenças cardiovasculares e à maternidade, entre outras instalações hospitalares na cidade de Gaza, capital da faixa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que perdeu contacto com Al-Shifa, enquanto outro hospital na capital de Gaza, Al-Quds, já não funciona por falta de combustível.
A ONU denunciou esta segunda-feira que já foram orquestrados 137 ataques contra estruturas de saúde em Gaza.
O ministério afirma que já não consegue estabelecer contacto com todos os hospitais e que dezenas de corpos se encontram espalhados pelas ruas e à volta dos hospitais, sem que nenhuma ambulância se possa aproximar devido à violência dos combates e dos ataques.
Comunicações interrompidas na quinta-feira
As comunicações telefónicas e de Internet na Faixa de Gaza vão ser definitivamente interrompidas na quinta-feira, devido à falta de abastecimento de combustível, anunciou este domingo o ministro das Comunicações do Governo palestiniano, Yitzhak Sidr.
Em declarações divulgadas pela agência de notícias palestiniana WAFA, o ministro realçou que a falta de comunicações “agravará o desastre humanitário” para a população palestiniana da Faixa de Gaza.
Em particular, prosseguiu, vai afetar entidades como a Defesa Civil, o Crescente Vermelho e outras organizações palestinianas, “o que significa que muitas vidas serão perdidas”.
“Estas ações constituem uma violação do Direito Internacional”, destacou Sidr, que pediu “a todas as instituições internacionais, em particular à União Internacional das Telecomunicações, à Agência para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), ao Crescente Vermelho Árabe, à Cruz Vermelha, organizações de direitos humanos e organizações da sociedade civil que intervenham imediatamente para que entre combustível na Faixa de Gaza”.
O corte das comunicações também vai afetar o balanço de vítimas preparado diariamente pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que baseia as suas estimativas em informações recebidas pelos hospitais da Faixa de Gaza.
Mais de 11 mil pessoas foram mortas e quase 27.500 ficaram feridas na Faixa de Gaza na guerra que eclodiu em 07 de outubro, na sequência de um ataque do Hamas contra Israel, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 240 sequestradas.
Chanceler alemão opõe-se a cessar-fogo imediato
O chanceler alemão afirmou este domingo que se opõe a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, enquanto os apelos neste sentido estão a aumentar em todo o mundo, após os bombardeamentos do exército israelita.
“Admito francamente que não creio que os apelos a um cessar-fogo imediato ou a uma longa pausa — o que equivaleria quase à mesma coisa — sejam justos, porque isso significaria, em última análise, que Israel deixaria ao Hamas a possibilidade de recuperar e obter novos mísseis“, disse Olaf Scholz durante um debate organizado por um diário regional alemão, o Heilbronner Stimme.
Por outro lado, o governante apelou a “pausas humanitárias”.
Cinco semanas após o início da guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, os apelos a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel, continuam a crescer.
Ao opor-se, o chanceler alemão vai contra muitos países árabes e contra o Presidente turco, que deverá receber na próxima semana em Berlim.
Recep Tayyip Erdogan considerou hoje “vital” obter um cessar-fogo e instou o Ocidente a pressionar Israel a este respeito.
Olaf Scholz também se demarcou do Presidente francês, Emmanuel Macron, que na sexta-feira instou Israel a pôr fim aos seus bombardeamentos para poupar os civis em Gaza e afirmou que pretende trabalhar para um cessar-fogo para “proteger todos os civis que não têm nada a ver com terroristas”.
“Partilhamos a dor” de Israel e “a sua vontade de se desembaraçar do terrorismo”, mas “não há qualquer justificação” para os bombardeamentos que matam civis, nomeadamente “bebés, mulheres e idosos”, salienta Macron em entrevista à BBC.
Questionado sobre uma eventual violação do direito internacional por Israel, Macron refere que não é “um juiz, mas um chefe de Estado”.
ZAP // Lusa
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Resumindo o Hamas ou se entrega ou se entrega por não ter mais onde se esconder…. Parece bem. Os russos acabavam com o Hamas em 2 dias.