Novo “episódio na relação tensa” entre Costa e Marcelo “não é propriamente bonito” para compradores da TAP e o hub é o grande interesse das companhias, diz Pedro Nuno Santos após Costa garantir que não há privatização sem aeroporto.
O primeiro-ministro garantiu esta segunda-feira no parlamento que, se o ‘hub’ de Lisboa e a “função estratégica” da TAP não forem assegurados, a privatização da companhia aérea não avançará.
Em resposta ao PCP no debate orçamental na generalidade, António Costa sublinhou que o Governo já definiu “muito bem quais são os critérios relativamente à privatização da TAP”, sendo que o “último critério é mesmo o preço” e primeiro é a “preservação da importância estratégica” da empresa para a economia nacional e do ‘hub’ de Lisboa.
“Por isso, tenho tranquilidade para lhe dizer: se, nessa hipótese que coloca, de o ‘hub’ de Lisboa não estar garantido e não estar garantida a função estratégica, nesse caso não haverá privatização”, afirmou.
O chefe do executivo garantiu que a “privatização ocorrerá no estrito respeito pela vocação estratégica da TAP”.
“Foi por isso que adquirimos a parte necessária do capital em 2015, foi para isso que fizemos o aumento de capital em 2020 e não é agora que, na privatização, vamos alienar aquilo que se conseguiu”, disse.
António Costa ressalvou, contudo, que, “para alcançar esse objetivo, não é necessário ter 100% do capital ou sequer 51% do capital, depende de quem seja o sócio e depende de qual seja o pacto social entre os sócios”.
“Não há parassocial que salve” influência na TAP
Quem discorda é o deputado socialista e ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que em entrevista à Sic Notícias, mais tarde no mesmo dia, disse que o hub “é uma falsa questão” e que não há pacto social que “salve” a influência do Estado na TAP se a maioria do seu capital for vendido.
“Sem maioria de capital pode haver acompanhamento, mas intervenção na empresa não vai haver. Não há parassocial que salve isso”.
Em relação ao hub, reafirmou: “É o grande interesse das companhias.”
“A questão do hub é uma falsa questão. Podemos colocar essa exigência, mas verdadeiramente não precisamos porque empresas como a Air France-KLM e Lufthansa quando vêm é por causa do hub de Lisboa.”
“É o grande interesse destas companhias”, afirma, garantindo que “se o grupo que for proprietário entender que faz sentido desenvolver hub, ele vai ser desenvolvido.”
Novo “episódio na relação tensa” entre Costa e Marcelo “não é bonito” para compradores da TAP
O ex-ministro opinou ainda sobre a devolução, por parte do Presidente da República, do decreto de privatização da empresa, que Marcelo Rebelo de Sousa considerou “não assegurar a total transparência.”
Frisando que “as questões colocadas [por Marcelo] são legítimas e fazem todo o sentido”, fica para Pedro Nuno a ideia de que “este veto parece mais um episódio na relação tensa entre o Presidente e o Governo. As questões colocadas de forma pública podiam ser colocadas na relação normal entre Belém e São Bento.”
Eeste veto não fica limitado às nossas fronteiras. Ele é visto pelos potenciais compradores da TAP e não é propriamente bonito saber-se que há desencontro entre o primeiro-ministro e o Presidente da República”, rematou.
ZAP // Lusa
Portugalex já tem aeroportos e autoestradas a mais. O que há chega e sobra. Novo aeroporto é apenas mais negociatas para amigalhaços do PUAR.
Apliquem finalmente o IVA e impostos em cima do querosene. Apliquem taxas aos turistas, 100 euros. Vão ver que o número de voos e de poluição em Lisboa baixa imediatamente.