Crianças ansiosas: teste português com resultados promissores

Programas de intervenção psicológica em crianças entre os 7 e os 12 anos. Sintomas têm baixado, a vida tem melhorado.

Especialistas da Universidade de Coimbra e da Universidade de Lisboa juntaram-se para os programas Detetives das Emoções In-Out e Gato Habilidoso.

São dois programas de intervenção psicológica, que estão a ser testados em crianças entre os 7 e os 12 anos de idade – e respectivos pais.

O foco deste estudo-piloto foram crianças ansiosas, que apresentam sintomas de ansiedade clinicamente significativos.

Os três maiores exemplos são: ansiedade de separação (dificuldade da criança em separar-se dos pais); ansiedade social (dificuldade em participar nas interacções sociais e em avaliações); ansiedade generalizada.

A abordagem foi a terapia cognitivo-comportamental para ajudar as crianças a reduzir a intensidade e a frequência de experiências emocionais fortes e aversivas, através da aprendizagem de competências que lhes permitam lidar com essas emoções de forma mais adaptativa.

A psicoeducação sobre emoções, o mindfulness, a resolução de problemas e a exposição emocional foram estratégias utilizadas.

A Universidade de Coimbra revelou ao ZAP que este projecto foi realizado entre Março e Julho deste ano, com 77 crianças de diversos locais de Portugal.

E apresentou resultados promissores: baixou significativamente os sintomas de ansiedade nas crianças e a (consequente) interferência destes sintomas nas suas vidas e nas famílias.

A coordenadora Helena Moreira reforça que, se as perturbações de ansiedade na infância não forem adequadamente tratadas, “a probabilidade de recaída ou de desenvolvimento de novos problemas, ao longo da adolescência e da idade adulta, é elevada”.

“Os primeiros anos de vida representam uma oportunidade extraordinariamente importante para a promoção da saúde mental ao longo da vida; contudo, muitas crianças não têm acesso a tratamento psicológico, particularmente a intervenções informadas pela evidência”, explica a investigadora.

As inscrições para participar neste projecto ainda estão abertas.

ZAP //

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