“Não vale a pena estar na Assembleia da República para votar de olhos fechados”

Tiago Petinga / LUSA

Carlos César com António Costa na Comissão Política Nacional do PS

Presidente do PS não esteve na preparação do Orçamento do Estado – que elogiou, mas deixou novas sugestões ao Governo.

Carlos César, desta vez, não esteve na preparação do Orçamento de Estado, mas deixou elogios ao documento.

“Como já foi reconhecido por vários observadores, inclusive pelo líder do PPD [Luís Montenegro], este é um Orçamento bem apresentadinho. Portanto, não precisamos muito de defender algo que nós apresentamos quando aqueles que é suposto oporem-se reconhecem a sua validade”.

“É um Orçamento com equilíbrio, com melhores salários, diminuição de impostos, atenção especial à habitação e aos jovens, mas sem colocar em causa o futuro”, analisou o presidente do PS.

Em conferência de imprensa, no final da reunião da Comissão Política Nacional do partido, César disse que vê um Orçamento do Estado “muito virtuoso” e voltou a falar de Luís Montenegro, que chamou “pipi” à proposta.

Montenegro tem “dislexia política”, segundo o socialista: “Evidentemente, não partilho a opinião do líder do PPD quando, daquela forma peculiar como se expressou, com uma certa dislexia política, entendeu catalogar este Orçamento como sendo pipi. Não, não é um Orçamento pipi, mas um Orçamento que, pé ante pé, constrói com segurança e avança responsavelmente na recuperação dos rendimentos e da economia portuguesa, dando confiança para o futuro”, reagiu, com sorriso.

Mas também houve recados internos, novamente: “O PS deve estar cada vez mais atento às insuficiências, às falhas que são inevitáveis no exercício de funções governativas e, sobretudo, deve ser cada vez mais capaz de aprender com isso, de corrigir quando for o caso e retificar percursos quando tal se afigurar absolutamente necessário. Essa cultura do PS deve ser estimulada e contrariar a ideia de que estamos sempre no caminho certo”.

Poucas semanas depois de pedir humildade ao PS, o presidente dos socialistas sugeriu que os deputados do PS escolham “a melhor proposta e não o melhor partido” na discussão na especialidade do Orçamento de Estado, cita o jornal Público.

“O PS e o Governo não partem para o debate parlamentar com qualquer preconceito contra propostas que ainda não conhecem. Essa disponibilidade e abertura deve ser o centro do debate parlamentar. Não vale a pena estar na Assembleia da República para votar a favor ou contra de olhos fechados“, avisou.

Também deixou reparos ao Governo: deve esforçar-se mais em algumas áreas, como a saúde.

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