O líder da seita do Reino do Pineal, Água Akbal Pinheiro, garante que o filho que morreu no seio da comunidade, em Oliveira do Hospital (Coimbra), estava a ser tratado por “médicos privados” a uma “doença do fígado”.
A morte de um bebé de 14 meses no Reino do Pineal, uma seita espiritual que está instalada numa quinta em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, levou as autoridades a abrirem uma investigação.
As causas da morte da criança não são conhecidas e fica difícil apurá-las, uma vez que o corpo do bebé foi cremado e as cinzas atiradas a um rio.
O pai da criança e líder da seita, Água Akbal Pinheiro, vem agora explicar as circunstâncias da morte do filho que terá falecido em Abril de 2022.
O bebé “adoeceu em meados de 2022” e “procurámos ajuda junto de médicos privados“, assegura o líder do Reino do Pineal em declarações à TVI. “Ele acabou por morrer enquanto tentávamos curá-lo”, salienta ainda.
“Era uma doença do fígado, mas não posso revelar mais até que haja uma investigação oficial, caso seja necessário haver uma”, diz ainda Água Akbal Pinheiro, frisando que se trata de “um assunto privado de família”.
Nasceram 4 bebés na seita sem intervenção médica
Em defesa dos costumes e rituais da comunidade que fundou, juntamente com a companheira e mãe da criança que morreu, o líder da seita acrescenta que nasceram “quatro bebés” no seio do Reino do Pineal, “com 100 por cento de taxa de sucesso, naturalmente, sem intervenção médica, nem médicos“.
“Tivemos doulas e profissionais habituados a partos naturais”, sublinha ainda.
“Eu venho de África, nada disto é novo”, acrescenta Água Akbal Pinheiro que é originário do Zimbabué, de onde emigrou para o Reino Unido.
Após ter sido chef de cozinha em terras britânicas, onde conheceu a companheira que é polaca, rumou a Portugal, fundando o Reino do Pineal.
“Crianças pertencem-nos, não pertencem ao Estado”
A seita que está instalada em Oliveira do Hospital defende o parto natural e será praticante de poligamia.
As crianças da comunidade não vão à escola fora da seita, nem estão registadas nos serviços oficiais portugueses. “As nossas crianças que nascem aqui são registadas à nascença sob os serviços do Reino do Pineal”, explica Água Akbal Pinheiro à TVI.
“Não estamos sob a jurisdição portuguesa”, realça ainda o líder da seita em declarações à SIC Notícias, citando o artigo 41.º da Constituição Portuguesa que se refere à “Liberdade de consciência, de religião e de culto”.
“Não registamos as crianças, elas não pertencem ao Estado, pertencem-nos enquanto comunidade, não são propriedade do Estado”, considera também na SIC.
“Temos direito à nossa auto-determinação, às nossas práticas e crenças espirituais, ao nosso modo de vida, o que inclui o nascimento e a morte”, salienta ainda Água Akbal Pinheiro.
O objetivo da seita espiritual é conseguir a “soberania” e a independência de Portugal.
O que diz a Constituição Portuguesa?
O líder do Reino do Pineal refere-se ao artigo 41º da Constituição Portuguesa que aponta os princípios fundamentais da lei quanto à “Liberdade de consciência, de religião e de culto”.
O primeiro ponto do artigo começa logo por notar que “a liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável“.
“Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa”, refere o segundo ponto.
No terceiro ponto, nota-se que “ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder”.
“As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto”, aponta o artigo 4.
No quinto ponto fica definido que “é garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respectiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas actividades”.
Finalmente, o último ponto do artigo 41 destaca que está “garantido o direito à objecção de consciência, nos termos da lei”.
Especialistas jurídicos poderão avaliar se estes princípios se aplicam ao caso concreto do Reino do Pineal, nomeadamente no que se refere aos direitos das crianças.
Reino do Pineal
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Numa país de portas abertas o resultado está a vista, redes de tráfico humano, seitas malucas etc…. graças a este governo desmiolado só resta ao povo português aceitar e não bufar ou caso contrário é rotulado de racista ou xenófobo.
“As crianças pertencem-nos”… como se de um objecto se tratassem. Enfim…
A Constituição e as Leis portuguesas são para ser cumpridas. A Segurança Social já sinalizou as crianças desta seita?
O que significa que para quê temos de ajudar os africanos? Eles não aceitam ser ajudados cá na Europa, então em Africa muito menos.
Quem é que manda em Portugal?
… e depois dizem que os populistas ganham terreno
O ponto 2 do artigo 41 da da Constituição Portuguesa é muito claro “Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa”.
Friso, “privado de direito ou isento de obrigações”. Neste caso se uma criança nascida em Portugal é obrigada a ser registada, por pertencer a esta ou qualquer seita ou religião não fica isento de esta obrigação.
Esta seita e qualquer pessoa não pode ser privada dos seus direitos fornecidos pelo Estado Português, mas também não pode negar-se a cumprir com as suas obrigações e deveres cívicos exigidos pelo Estado Português
Toda a gente fala dos direito que tem, mas ninguém refere os deveres e obrigação que tem.
Só não percebo como é que as autoridades ainda não entraram por ali adentro e não prenderam estes bandalhos todos.
É urgente o Estado travar este desmando, perigoso, disparatado e que pode abrir portas a loucuras como esta
Espero que estejam a preparar o desmantelamento e proibição desta seita que se quer apropriar de uma pequena porção de terra, agora, mas com intuitos expansionistas absolutamente inacreditáveis.
Inadmissível! Onde está a autoridade e quando obrigam esta gente a seguir as nossas leis?
Estão à espera de quê? Quero acreditar que se está a preparar uma ação coordenada e bem fundamentada do ponto de vista legal.
É urgente agir!
Viver em Portugal e gozar dos seus direitos contitucionais implica reconhecer e respeitar as suas leis tambem. Portugal tem uma liberdade religiosa bastante aberta mas tambem tem uma maioria de origem catolica. Qualquer novo cidadao devera’ considerar esta maioria cultural e adaptar-se a esses costumes – nao necessariamente mudando de religiao, mas comportando-se de maneira a complementar e enriquecer a cultura do pais que o acolhe, nao procurando buracos legais para fazer o que bem entende chocando tudo e todos.
Martin Kenny tinha 36 anos quando decidiu ser Água Akbal . Deixou o Reino Unido, após vários anos como chefe de cozinha. Dá muito trabalho e isso forçou-o a uma ´ imersão espiritual` e daí saiu um sonho de terras, mulheres e e outros a trabalhar cegamente para ele. Pelo que a televisão mostrou, a agricultura que eles praticam não os alimenta. Precisam dos outros para viver, não sendo compatível com o isolamento. Não entendo porque o Governo que nos representa ainda não interveio! O Água Akbal é inteligente, sabe que Portugal é ´um reino das bananas`! Portugal não precisa de malandros insidiosos . Ele sabe que o seu reinozinho seria impensável no Reino Unido, onde surgiu o primeiro Parlamento.