Jéssica foi abanada dezenas de vezes, pontapeada na cabeça. 7 em 7, no grau de dor

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Os resultados da autópsia revelam que Jéssica morreu por ter sido “abanada violentamente” – explicou, em tribunal, o perito do Gabinete Médico-Legal. Mãe também quer ser ouvida, ao contrário do que tinha dito inicialmente.

Em junho de 2022, Jéssica, de três anos, foi morta, em Setúbal, num quadro de extrema violência.

“Foi o caso mais grave que vi nos últimos anos”, disse o diretor do Instituto de Medicina Legal de Setúbal, João dos Santos, ouvido esta terça-feira pelo tribunal de Setúbal: “A escala de dor é medida de zero a sete, e a dor que a menina sofreu foi claramente sete“.

“O que matou a Jéssica, sem margem para dúvidas, foi ter sido abanada violentamente e atirada várias vezes contra uma superfície dura. Bastam dois a quatro abanões, num período de cinco a vinte segundos, para provocar a morte de uma criança”, revelou o perito.

O responsável do Gabinete Médico-Legal setubalense foi ouvido durante toda a tarde de terça-feira, tendo esclarecido os resultados da autópsia.

“A parte do corpo mais molestada foi a cabeça”, disse, citado pelo Jornal de Notícias. “Parece que andaram a jogar à bola com a cabeça da menina“, descreveu João dos Santos.

“Quando criança foi abanada de forma violenta, os olhos bateram na parede das órbitas, provocando hemorragias. Há ainda evidência de uma unhada no couro cabeludo, parece que alguém cravou a unha naquela zona”, acrescentou à descrição.

Além disso, a menina apresentava uma queimadura de segundo grau na zona da boca, mas “não havia queimadura na língua, o que leva a crer que foi entornada água ou leite a ferver junto da sua boca”.

“É preciso tempo para provocar este tipo de lesões numa criança e não só num dia, uns quatro a cinco dias. Levou puxões de orelhas, mas não de qualquer maneira, de forma energética e feita várias vezes”, considerou o perito.

A menina terá sido retida durante cinco dias em casa dos agressores – o casal Ana Pinto e Justo Montes e seus filhos, Eduardo e Esmeralda Montes – como garantia de pagamento de uma dívida por atos de bruxaria da mãe de Jéssica – Inês Sanches.

Os arguidos estão acusados de homicídio qualificado, violação, rapto, ofensas à integridade física e tráfico de droga.

O Ministério Público (MP) acredita que foram introduzidas drogas no ânus da criança, para a usarem como correio de droga, entre Setúbal e Leiria.

No entanto, quando questionado pelo juiz, o coordenador do Gabinete Médico-Legal de Setúbal disse que não foram encontrados indícios de que a menina tivesse sido utilizada como correio de droga, apesar de não excluir essa possibilidade, até porque a menina apresentava um “alargamento do esfíncter anal”.

Na altura, terão sido encontrados vestígios de cocaína, ketamina e metadona, debaixo da fralda e em peças de roupa da criança, de acordo com a acusação do MP.

A mãe de Jéssica – também acusada dos crimes de homicídio qualificado e ofensas à integridade física qualificada, por omissão – comunicou esta terça-feira a intenção de prestar declarações, em tribunal, ao contrário do que tinha dito inicialmente.

ZAP //

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5 Comments

  1. Vão levar meia dúzia de anos. Portugal é um país civilizado, não há penas muito longas ou prisão perpétua para ninguém…

  2. Tal como os tempos mudam também a justiça deve mudar e adaptar-se aos crimes praticados por estes e outros bandidos e sobrepor-se e exceder se necessário as penas das leis em vigor para cada crime, neste caso em particular não é um homicídio normal é um ato de cobardia ao mais extremo nível de seres que nem considero humanos contra uma criança indefesa dependente dos outros e com um nível de injustiça em ultimo grau em qualquer escala possível. Fizeram-no uma vez, podem tornar a faze-lo. Eu não era defensor da pena de morte….

  3. De que vale tanto alarido se a pena no máximo será de 25 anos que na realidade serão 12 ou 14 efetivos dada a idade de alguns arguidos. Pobre criança que só viveu 3 anos……

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