O líder do grupo paramilitar Wagner acusa o Kremlin de estar a esconder as dificuldades causadas pela contraofensiva ucraniana.
O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, acusou esta quarta-feira as chefias militares da Rússia de esconderem as dificuldades que as suas forças estão a enfrentar devido à contraofensiva ucraniana, que tem alcançado conquistas modestas nesta fase.
“O inimigo está a ocupar Piatykhaty, o norte de Robotyne e Urozhaine, o que significa que grandes faixas de território foram perdidas para o inimigo”, analisou Prigozhin, de acordo com uma gravação de áudio divulgada na rede social Telegram.
Na terceira semana da contraofensiva, as forças de Kiev estão “a causar graves perdas e problemas” do lado russo, que estão a ser empurrados, denunciou, apontando que os russos não têm conhecimento da situação.
Prigozhin voltou a criticar a hierarquia militar da Rússia, com quem o líder do grupo Wagner está em conflito aberto há vários meses.
Em maio, Prigozhin admitiu o fracasso da guerra e arrasou as elites russas, advertindo-as de que a vida luxuosa que levam enquanto as tropas russas morrem em combate pode acabar como em 1917, numa revolução.
“Tudo isto está completamente escondido de todos. Um dia a Rússia vai acordar e perceber que a Crimeia é ucraniana. Isso é uma traição direta aos interesses da Federação Russa”, realçou Prigozhin. Na zona de Sadové, a norte de Tokmak na região de Zaporijia (sul), “não há comando, nem armas, nem munições”, alertou.
Kiev relatou até agora a reconquista de oito localidades desde o início da contraofensiva, enquanto Moscovo tem referido apenas que o seu Exército tem repelido incansavelmente todos os ataques ucranianos.
Prigozhin acusou o comando militar, incluindo o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, de comunicar sobre factos que não correspondem à realidade. “A informação está bloqueada, o inimigo está a avançar em direção a Molotchniy Lyman”, uma pequena cidade localizada perto do Mar Negro, ao sul de Melitopol, vincou ainda.
A reconquista desta aldeia permitiria ao Exército ucraniano dividir as forças russas em dois e chegar ao Mar Negro.
“Se o inimigo chegar a Molotchniï Lyman, então todos os territórios conquistados durante a operação militar especial regressarão ao inimigo”, concluiu Yevgeny Prigozhin, advertindo para um cenário de desastre para a Rússia, cujo objetivo declarado continua a ser a conquista de todo o Donbass.
Esta quarta-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky admitiu que decorrem “combates intensos” na contraofensiva, mas garantiu que o país está a “destruir o inimigo” no sul e em Donetsk.
ZAP // Lusa
Este apenas vem dizer aquilo que, todos os que andam neste mundo de olhos abertos, já perceberam há muito. A Rússia está a perder em toda a linha e as perspectivas são cada vez piores. Depois, há dois majores-generais carecas que sonham acordados enquanto regurgitam disparates em direto nas TV’s nacionais.
Cuidado com o “prigozinho”. O tipo ainda se vai virar contra o patrão .