Sistema de rendimento básico universal vai ser testado em Inglaterra ao longo de dois anos. Objetivo será acompanhar o impacto de 1600 libras nas vidas de 30 participantes. Teste foi bem-sucedido nos EUA, mas fracassou na Finlândia.
Pela primeira vez, o sistema de rendimento básico universal vai ser testado em Inglaterra, em pequena escala e em dois locais — Jarrow, no nordeste do país, e East Finchley, no norte de Londres.
De acordo com o The Guardian, o programa vai envolver 30 pessoas, a quem será atribuída uma quantia mensal de 1600 libras (1857 euros na conversão atual) durante dois anos, sem quaisquer condições.
Objetivo será acompanhar o impacto da quantia nas vidas dos participantes.
“Esta é uma quantia substancial. O rendimento básico universal cobre normalmente as necessidades básicas das pessoas, mas nós queremos ver o efeito que este montante fixo e incondicional tem na saúde mental e física das pessoas, quer elas optem por trabalhar ou não”, explicou Will Stronge, diretor de pesquisa da Autonomy, entidade que está a apoiar o teste.
Os resultados dos participantes — que serão selecionados aleatoriamente a partir de um grupo de voluntários e 20% portadores de alguma deficiência — serão comparados a um grupo de controlo, sem acesso ao mesmo rendimento básico.
“A nossa sociedade vai necessitar de alguma forma de rendimento básico nos próximos anos, dado o tumulto das mudanças climáticas, a disrupção tecnológica e a transição industrial que está à nossa frente”, disse Stronge.
Sucesso nos EUA, falhanço na Finlândia
Testes semelhantes já foram conduzidos antes por outros países do mundo.
Nos EUA, a cidade de Stockton, na Califórnia, foi testado o rendimento básico. Além de a percentagem de pessoas que tinham um emprego a tempo inteiro ter subido, os participantes da iniciativa também relataram sentir-se menos ansiosos.
No início do programa, 28% dos participantes tinha empregos a tempo inteiro. Um ano depois, essa percentagem subiu para 40%. O grupo de controlo, cujos indivíduos não receberam nenhum dinheiro, viu um aumento de 5% relativamente à mesma matéria.
A Finlândia, primeiro país da Europa a implementar a ideia de um rendimento básico universal, desistiu do teste que concedia 560 euros mensais, sem quaisquer condições, numa experiência limitada a dois anos que abrangia dois mil desempregados.
Os investigadores por detrás do estudo finlandês concluíram que, embora tenha levado as pessoas sem emprego a sentirem-se mais felizes, a experiência não gerou aumento de empregos.
Na Alemanha, em agosto de 2020, 120 alemães passaram a receber, mensalmente, 1200 euros, durante três anos, como parte de um estudo para testar o rendimento básico universal.