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As pessoas estão menos “verdes”? Na política, parece que sim

De Janeiro do ano passado a Maio deste ano, de Portugal à Alemanha. Os partidos defensores do ambiente estão a ser “ignorados” nas eleições.

Eleições legislativas em Portugal, Janeiro de 2022.

Obviamente o resultado que se destacou, e com maior importância para o país, foi a vitória do Partido Socialista com uma surpreendente maioria absoluta.

Menos surpreendentes foram outros dois desfechos: o PEV ficou sem qualquer deputado e o PAN ficou com apenas uma deputada.

O PEV, o Partido Ecologista “Os Verdes”, concorria sempre em coligação com o Partido Comunista Português. Juntos, formavam há décadas a CDU – Coligação Democrática Unitária.

Há quase 40 anos que o PEV estava representado na Assembleia da República portuguesa. Teve dois deputados ao longo dos 35 anos anteriores. Agora, zero. Os seis deputados da CDU são todos do PCP, desde o ano passado.

Nas mesmas eleições, o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) passou de quatro deputados para uma representante apenas.

“Sobra” Inês de Sousa Real mas, de acordo com analistas políticos, pode nem existir qualquer deputado do partido eleito nas próximas eleições porque o PAN corre o risco de se extinguir; pode nem ter equipa para continuar a crescer. Inês Sousa Real e Nelson Silva vão a votos daqui a dois dias, no sábado.

Aqui ao lado, em Espanha, o Verdes Equo concorria ao lado do Podemos e do Izquierda Unida. Nas últimas eleições gerais, em 2019, concorreu com o Más País. Ficou-se pelos 2% dos votos, com 2 deputados eleitos.

São dois países onde, aparentemente, se olha para as ideologias ambientais como ideias de esquerda. Não vão além de lados, não tentam criar ligações para formar governos conservadores-liberais ou social-democratas, tal como acontece mais a Norte na Europa.

Yannick Jadot foi o candidato dos Verdes nas presidenciais em França, no ano passado. Sexto lugar, com menos de 5%. Aí até conseguiram algum destaque, embora sem conseguirem passar à segunda volta – como se esperava.

Uma expecção surgiu nas eleições gerais em Itália, no ano passado, quando a Aliança Verde e de Esquerda (partido recente) se estreou em eleições com 12 deputados.

Na Alemanha houve eleições estaduais em Bremen, no domingo passado. O partido que perdeu mais votos foi… Os Verdes. Uma queda de mais de 5%, menos 21 mil votos (só num Estado), após um resultado de destaque há quatro anos.

“Precisamos de ver o que fizemos de errado”, admitiu Omid Nouripour, co-líder dos Verdes, admitindo que estes números reflectem o que se passa com o partido a nível nacional.

Pelas contas do instituto Infratest, citado no jornal Der Spiegel, foi o (eterno) vencedor SPD a beneficiar mais com esta “fuga” aos Verdes.

Os sociais-democratas ficaram com metade (10.500) dos votos de quem tinha preferido Os Verdes nas eleições anteriores. O sentido inverso só terá ocorrido a cerca de 1.500 votantes.

Aliás, estima-se que a subida no número de votos no SPD esteja relacionada sobretudo com a decisão de ex-eleitores dos Verdes.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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