Cientistas aguardam pela confirmação da árvore mais antiga do mundo. Fica no Chile e terá mais de 5 mil anos de idade.
Numa floresta no sul do Chile, vive um árvore gigante que lá descansa há milhares de anos. Cientistas têm observado a árvore há bastante tempo e agora aguardam confirmação do reconhecimento como a árvore mais antigo do mundo.
Carinhosamente apelidada de “tetravô”, a árvore da família dos ciprestes deverá ter mais de 5 mil anos, de acordo com as contas dos peritos. Se esse for o caso, supera a marca de 4.850 anos de um pinheiro na Califórnia, o atual detentor do recorde.
O tronco da árvore tem quatro metros de diâmetro e 28 metros de altura. É uma Fitzroya cupressoides, um tipo de cipreste endémico do sul do continente sul-americano.
“É uma sobrevivente, não há outra que tenha tido a oportunidade de viver tanto tempo”, disse Antonio Lara, investigador que faz parte da equipa que mede a idade da árvore, em declarações à AFP.
‘It’s a survivor’: a cypress in southern Chile known as ‘The Great Grandfather’ could be up to 5,000 years old, making it the oldest known tree in the world Chihttp://u.afp.com/i6X3 pic.twitter.com/Ymg3wOs5kT
— AFP News Agency (@AFP) April 22, 2023
A árvore tornou-se uma atração turística no Chile, fazendo com que se tivesse de aumentar o número de guardas florestais e restringir o acesso ao local. Pelo contrário, a atual detentora do recorde, na Califórnia, tem a sua localização exata sob segredo.
O “tetravô” foi inicialmente descoberto em 1972, quando o guarda florestal Anibal Henriquez patrulhava o interior do parque nacional na região de Los Rios, a 800 quilómetros de Santiago.
“Ele não queria que as pessoas e os turistas soubessem [onde estava] porque sabia que era muito valiosa”, disse a sua filha Nancy Henriquez, à AFP, também ela uma guarda florestal..
Em 2020, o investigador Antonio Lara e Jonathan Barichivich — sobrinho de Henriquez — extraíram uma amostra do tronco da árvore. Através dos seus anéis, contaram 2.400 anos de idade. Como a amostra não chegou ao centro do tronco, os outros 2.600 anos foram estimados usando técnicas de dendrocronologia.
Barichevich disse que “80% das trajetórias possíveis mostram que a árvore teria 5.000 anos”.
Reconhecer o “tetravô” como a mais velha árvore do mundo nada tem a ver com uma competição para entrar no livro de recordes do Guinness. “Há muitas outras razões que dão valor e sentido a esta árvore e à necessidade de protegê-la”, defende Lara. Estudá-la pode dar detalhes sobre o que aconteceu no ambiente durante toda a sua história, por exemplo.