Uma equipa de investigadores suíços desenvolveu um implante à base de açúcar que produz insulina automaticamente quando os níveis de glicose no sangue estão altos.
Esta seria uma alternativa menos invasiva e dolorosa para as pessoas que sofrem da doença. A diabetes atinge mais de 10% da população portuguesa, tendo nos últimos 20 anos duplicado o número de pessoas com este diagnóstico em Portugal.
Os pacientes de diabetes tipo 1 não produzem insulina suficiente — ou de todo. A insulina é uma hormona que converte o açúcar no sangue em energia. Sem ela, os níveis de glicose no sangue podem ficar demasiado altos. É por isso que os diabéticos precisam de injeções regulares de insulina.
Assim, pelo menos uma vez por dia, as pessoas que sofrem de diabetes tipo 1 têm de se injetar, um procedimento que pode ser inconveniente. Além disso, têm de estar regularmente atentos aos seus níveis de açúcar no sangue, picando o dedo para recolher uma amostra do sangue, algo que também pode ser doloroso.
O implante criado pelos investigadores da ETH Zurich é um sistema de gestão de diabetes que liberta insulina quando os níveis estão altos e para de libertá-la quando voltam ao normal, explica o site Freethink.
O implante é composto por duas partes. A primeira é uma célula de combustível, revestida por alginato, um produto à base de algas. O alginato absorve os fluidos e permite que a glicose entre na célula, onde as nanopartículas à base de cobre a dividem em ácido glucónico e um protão.
Depois, o protão aciona um circuito elétrico, alimentando a segunda parte do sistema: uma cápsula cheia de células beta artificiais. Estas células foram desenvolvidas em 2016 e, quando lhes é aplicada corrente elétrica, segregam insulina.
Em testes realizados com ratos com diabetes tipo 1, o implante revelou-se um sucesso. Os investigadores acreditam ainda que o sistema pode comunicar com um aparelho como um smartphone, permitindo por exemplo a um médico monitorizá-lo.
Embora o protótipo seja promissor, ainda é apenas um protótipo não testado em humanos. Não é certo quanto tempo funcionaria no corpo humano nem quão invasivo seria o processo de implantação e remoção do dispositivo.